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As delícias do ócio criativo

As delícias do ócio criativo

06.09.23


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“Ouça um bom conselho / que lhe dou de graça...” (Chico Buarque)

Você tem que fazer cara de desdém, quase nojo. Bem blasé! Olha assim como quem não quer nada ou como quem que está se lixando pro mundo. melhor ainda se der uma pitada de empáfia, arrogância, mas só uma pitada. Fica demais, um luxo. Na hora das fotos você tem algumas opções. Uma é fazer biquinho e olhar de sedução. Outra, abrir uma gargalhada bem sonora, pra mostrar o recente implante de resina branca – aquela que transformou sua dentadura num teclado de piano de quinta categoria. Ou então, mais, fácil, bote a língua de fora, isso dá um ar erótico, quase pornográfico. isso rende. Muita gente vai te seguir. Muita “gente” mesmo. Quanto à roupa, bem, aí complica um pouco. São muitos teóricos da moda, muitos “especialistas” em “estética da vestimenta”. Para além disso, você tem que um consultor, para poder dizer em que dia da semana você pode usar tal marca, a que horas, para que tipo de situação e como deve falar, agir, pensar e reagir. É muito complicado. essa parte eu deixo para os “doutores”  em moda, essa “ciência” tão necessária, indispensável mesmo, para quem ser feliz. Não há dúvida. Isso vale para sapatos e acessórios. sempre se lembrando de que marca é tudo. Não interessa quão esquisito – pra não dizer ridículo, senão patético – você fique depois de “montado”. isso é detalhe. Vale o que “as pessoas”  vão pensar, a inveja que você instigar (você acredita mesmo nisso???). ainda assim, arrisco um palpite: leve sempre consigo um livro que seja badalado, publicado pelas Cia. das Letras, lógico, de autoria de alguém absoluta e irrecorrivelmente desconhecido, mas que está “na mídia” e vai ser convidado para aquela “festa”, aquele naquele balneário colonial metido chique, isso, Paraty. O convite para essa “festa” (quem participa acredita que ler é uma festa, coitados...). Esse livro, independente de qualquer coisa e de tudo o mais é um item indispensável para a composição de sua persona descolada, chique, elegante intelectualizada e “antenada”. Todos os particípios de que você não deve esquecer. Ah... você não sabe o que é particípio. Isso eu explico depois. Vamos em frente. Bom isso quanto à aparência – fundamental e determinante. Quanto ao comportamento, é só se lembrar das dicas sobre as fotos. Qualquer coisa, seu assessor de pose pode ajudar. Isso, você tem que ter mesmo um assessor de pose. Quanto ao que dizer, não deixe de usar bem o “aí” fora do lugar 0- faz um sucesso danado na mídia; as gírias dos descolados da pauliceia (leia-se “Faria Lima” ou “Jardins”): faz “paRRRte”. Outra opção é imitar o povo do Leblon, melhor ainda da Barra. No verão é um must. No resto do ano, tem seu charme. Cuidado para não exagerar na neutralidade pronominal, substantiva e adjetiva do jargão progressista. Sim, você vai ter que se cuidar. use com moderação. Cite sempre os mesmos bordões, defenda sempre as mesmas pautas e elogie sempre os artistas perseguidos pelo fascismo do governo anterior. Você vai ser indicado ao oscar da popularidade com uma atitude dessa. Elogie a universidade “pública, gratuita e de qualidade” e meta o pau em gente intolerante, transfóbica, homofóbica, egofóbica, etcfóbica também. Penso que é isso. Se tiver alguma coisa: consulte aquela modista com nome italiano ou então a que é conhecida pelo diminutivo. Pode ser que ajude. Boa sorte!

05.09.23

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Ronald Reagan adaptado.

Três cães passeavam aleatoriamente por aí. Um era norte-americano, outro, polonês e o terceiro, russo. Conversavam animada e pachorrentamente, quando o cão norte-americano disse que, na terra dele, quando latia, alguém que ouvisse dava-lhe um pedaço de carne. Ao que o cão polonês replicou: o que é carne? Taciturno, o cão russo perguntou: o que é latir?

Creio que não é preciso comentar...

15.08.23

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Alguém poderia me dizer, procurando ser o mais equilibrado possível, a que data se refere este trecho de chamada de artigos? Estou na dúvida. Com o axioma da relatividade da História, não sei dizer se se trata do passado ou do presente. Tirei o nome da revista para não incorrer em crime de questão. andam inventando tantos crimes que daqui a pouco serei condenado por estar respirando fora do rimo “adequado”. Segue o trecho da chamada: “a publicação de um dossiê temático dedicado aos debates sobre a produção poética brasileira, com ênfase nos vínculos que ela estabeleceu e estabelece com os chamados anos de chumbo. Nesse sentido, convidamos a comunidade acadêmica para a submissão de trabalhos que realizem uma (re)leitura de crítica de poetas, poéticas, poemas e movimentos (...), nos quais se observam, em diferentes níveis e de inúmeras formas, o impacto da vida no país sob um regime autoritário que censurou, perseguiu, torturou e assassinou vozes dissidentes. Estes olhares podem voltar-se para as vozes consagradas do período, expandido a fortuna crítica de autores e autoras mais conhecidos, com ênfase em suas articulações com o contexto histórico-político e as estratégias de posicionamento crítico numa sociedade marcada pelo medo e a violência. Igualmente são esperados resultados de pesquisas que visam recuperar vozes poéticas ignoradas nos círculos críticos hegemônicos após o processo de redemocratização, especialmente vozes mais identificadas com a militância contra o regime ou pertencentes a grupos sociais marginalizados.”

12.06.23

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Dizem que hoje é Dia dos Namorados. Mundo afora comemora-se esse dia em 14 de fevereiro, dia de São Valentim. Vai sabe o porquê da diferença. De qualquer jeito, li o que segue abaixo numa publicação de Elaine dos Santos, amiga querida, ex-aluna admirada e respeitada. Gostei tanto da verve irônica que resolvi compartilhar. Pode já ser conhecido... Não há problema nisso, é mais uma postagem que faço... ah... desconheço a autoria...

Esclarecendo alguns equívocos

O amor não ilumina o seu caminho. O nome disso é poste.
O amor não é aquilo que supera barreiras. O nome disso é gol de falta.
O amor não traça o seu destino. O nome disso é GPS.
O amor não te dá forças para superar os obstáculos. O nome disso é tração nas quatro rodas.
O amor não mostra o que realmente existe dentro de você. O nome disso é endoscopia.

O amor não atrai os opostos. O nome disso é imã.
O amor não é aquilo que te deixa sem fôlego. O nome disso é asma.
O amor não é aquilo que te faz perder o foco. O nome disso é miopia.
O amor não é aquilo que te deixa maluco, te fazendo provar várias posições na cama. Isso é insônia. (PQP!)
O amor não faz os feios ficarem pessoas maravilhosas. O nome disso é dinheiro.
O amor não é o que o homem faz na cama e leva a mulher à loucura. O nome disso é esquecer a toalha molhada. (PQP)
O amor não faz a gente enlouquecer, não faz a gente dizer coisas pra depois se arrepender. O nome disso é vodka.
O amor não faz você passar horas conversando no telefone. O nome disso é promoção da Tim, Oi, Vivo ou Claro.
O amor não te dá água na boca. O nome disso é bebedouro.
Amor não é aquilo que, quando chega, você reza para que nunca tenha fim.
Isso é férias. O amor não é aquilo que entra na sua vida e muda tudo de lugar.
O nome disso é empregada nova.
O amor não é aquilo que gruda em você, mas quando vai embora arranca lágrimas. O nome disso é cera quente.

06.06.23

Uma parábola mais que instigante. A sutileza e refinada mordacidade do autor dispensam qualquer comentário!

(Fonte: https://revistaoeste.com/revista/edicao-167/o-tucano-e-o-escorpiao/)

O tucano e o escorpião 

Era uma vez um tucano, com seu enorme e colorido bico, que ostentava com muito orgulho e vaidade. Ah, se tinha uma característica que definia esse tucano era a sua vaidade! Todos os dias ele olhava seu reflexo no lago antes de sair para suas atividades e pensava: “Não existe bicho mais belo do que eu nesta floresta inteira”. Mas nosso tucano era também excêntrico, e cismou que queria ter um escorpião de estimação. Seus colegas alertaram para o perigo: não é prudente ter um animal desses dentro de casa, pois tais aracnídeos são venenosos e é impossível confiar neles. Podem até parecer tranquilos e quietos durante o dia, mas na calada da noite costumam partir para o ataque. 

Uma sábia coruja ainda tentou persuadir o tucano: esses lacraus vivem há milhões de anos, são seres muito adaptáveis, resistem a quase qualquer clima, e nada disso é por acaso. Eles se adaptam, enfrentam as adversidades, e soltam seu veneno em suas vítimas quando interessa. Até canibalismo praticam, pois quando é questão de vida ou morte um escorpião não se importa de comer outro escorpião. 

Os escorpiões conseguem comer quantidades imensas de alimento, mas conseguem sobreviver com 10% da comida de que necessitam, podendo passar até um ano sem comer e consumindo pouquíssima água, quase nada durante sua vida inteira. São, enfim, sobreviventes, e isso configura uma ameaça a todas as presas em potencial. Por que o tucano estava tão seguro de que seria poupado? 

O tucano, muito gentil e educado, agradeceu pelos conselhos da velha coruja, mas nada o fazia tirar essa ideia maluca da cabeça: ele teria um escorpião em casa, pois achava o bicho encantador. Saiu em busca de um bem ameaçador, com aquele ferrão erguido no final da cauda pronto para abater a vítima. Ao encontrar um, pegou-o com o bico com carinho e o levou para sua casa na árvore. 

O escorpião, para a surpresa dos colegas do tucano, comportou-se como um animal civilizado, sem nenhuma tentativa de aplicar seu veneno à ave que o adotara. Um ano se passou, e ambos — tucano e escorpião — conviviam de forma amigável. Mas o escorpião começou a ferrar colegas do tucano, o que incomodou a ave bicuda, mas não a ponto de abandonar seu bichinho de estimação. 

Com o passar dos anos, contudo, o escorpião já tinha destruído todo o entorno do tucano, espalhando seu veneno, paralisando outros bichos da floresta, comendo sua carne. O grau da destruição causada pelo escorpião foi tanto que o tucano optou por expulsar o aracnídeo do local. Ele estava convencido, finalmente, do perigo do bicho, e se deu conta de que, se nada fosse feito, seria sua próxima vítima. Agiu com certa tristeza, é verdade, mas se livrou do escorpião. 

Como novo bicho de estimação, acabou arrumando um cavalo arredio. Ele dava coices para o ar, era um tanto bronco, mas não oferecia ameaça real ao tucano ou seus colegas. Ao contrário: o cavalo passou a trabalhar pesado, servia para levar cargas, como força motora para proteger o tucano de inimigos. Mas o cavalo não tinha nenhum refinamento, e como isso incomodava o nobre tucano! Era insuportável para a ave vaidosa ver todos os dias aquele cavalo sem nenhuma compostura, dando coices no ar. Aquele cavalo era selvagem demais, não dava para domesticá-lo como o tucano pretendia. 

O tucano, então, tomou sua decisão: o cavalo seria eliminado e ele traria o escorpião de volta. Como o cavalo já havia tido cria, era preciso prender tanto ele como os potros, para que ficassem longe da vista do tucano. A ave bicuda convocou um pit bull para fazer o trabalho sujo. O cão correu atrás do cavalo e seus filhos com enorme satisfação, com baba escorrendo pela boca, até que todos estivessem devidamente trancafiados e bem longe do tucano. Ele chegou a redigir uma carta alegando que era preciso ter o escorpião de volta em sua vida para salvar sua alegria. Mas a alegria durou pouco. Livre do incômodo equino, o tucano partiu em busca do escorpião e o trouxe de volta para casa, para desespero da coruja. Espantada, ela perguntou se a ave nada tinha aprendido com a experiência recente. Mas o tucano era insistente, tinha além do bico a cabeça bem dura, e estava convencido de que dessa vez daria certo, de que o escorpião tinha aprendido sua lição e voltaria dócil, manso e amigável. “O amor venceu”, disse o tucano a uma incrédula coruja. Porém, isso não passava de uma ilusão do tucano. Ele chegou a redigir uma carta alegando que era preciso ter o escorpião de volta em sua vida para salvar sua alegria. Mas a alegria durou pouco. Em alguns meses, o escorpião já tinha ferrado vários amigos do tucano, que se mostrava assustado com aquele ferrão poderoso. “Estou com medo”, revelou o tucano a um companheiro. Mas era tarde demais. 

Em determinada noite, o escorpião saiu de seu esconderijo numa casca de árvore e meteu seu ferrão no próprio tucano. Agonizando de dor, enquanto o veneno corroía seus órgãos, o tucano ainda balbuciou: “Se ao menos eu tivesse sido mais simpático com o escorpião, tudo poderia ter sido diferente…”

25.05.23

Faz quatro dias que estou pensando se deveria ou não publicar o texto (imenso) que segue. Não sou seu autor! O temor se justifica. Nos dias que correm, se eu disser que não gosto de "A" levo boa parte da população do planeta a entender  que gosto de "B". Assim, em termos absolutos e excludentes. Não é preciso dose elevada de bom senso para perceber a imbecilidade que posição assim radical representa. Não vou discutir a semântica dos termos nem sua reverberação discursivo-ideolóica por pura preguiça. Vou, simplesmente, compartilhar o texto (que me fez pensar. Só Isso! Fez pensar! Isso não quer dizer que eu concorde ou discorde dele!!!). Quem ler que pense o que quiser. Já fui "cancelado" por pessoas queridas por fazer isso. Já perdi amigos que pensei gostarem de mim. Isso é triste, irreversível (sobretudo para quem me cortou). Como eu não aprendo e adoro uma provocação, resolvi partilhar o texto. E repito: este ato não representa minha concordância ou discordância. Não "decidam" o meu destino por conta deste texto. Leiam-no e pensem. Basta isso: PENSAR!

[3/5 18:02] Celso Hecke: Caramba, nunca li um textão com tanto gosto.

O último que ler, apague a luz!

KAMIZOLA

O isolamento de Alexandre de Moraes.*

Análise de Junior Magalhães

Bel. em Direito Federal, de Alagoas, pós graduado em ciências criminais, historiador pela Universidade do Estado do Paraná, professor licenciado pela Universidade Federal do Paraná, pós graduado em teologia sistemática e história das religiões, Teólogo pelo Instituto Edu com mestrado em Teologia e Sociologia.

Durante o período eleitoral assistimos uma batalha entre STF X Bolsonaro. De um lado 9 ministros votando em conjunto contra dois ministros indicados por Bolsonaro. Destes 9 ministros percebíamos claramente que havia um certo desconforto para cinco deles. Lembrem-se de Tofolli que evitava dar entrevistas e quando Presidente do STF travou investigações contra Flavio Bolsonaro. Lembremos de Fux que quando Presidente do STF agiu de forma também a evitar confrontos com Bolsonaro e buscava apaziguar a tensão entre poderes. Rosa Weber que também sempre consultou a PGR antes de qualquer decisão. Outra ministra, Carmem Lúcia, estava visivelmente desconfortável no TSE e votava constrangida pela censura prévia sempre ponderando. E lembremos de Fachin que, após tornar Lula elegível, desapareceu dos holofotes e se escondeu totalmente do incêndio vermelho.

Mas havia quatro elementos que incendiaram o Brasil: Alexandre de Moraes do PSDB, Gilmar Mendes do PSDB, Roberto Barroso (Ministro da ala do PT mais radical) e Lewandowski (real escudeiro de Lula em todos os processos). Após as eleições, o pacto era apenas dar a vitória ao Lula no grande acordo nacional entre PT, antigo PSDB hoje PSB e antigo PMDB hoje MDB. Sarney, Renan, Barbalho e todas as oligarquias emedebistas se uniam. Ali estavam os ex-presidentes ou líderes do Senado de 1994 até 2018. Este Partido que, até 2018, possuía a maior bancada de deputados e Senadores e dominavam metade das prefeituras do Brasil e dos governos estaduais, inclusive o Rio de Janeiro. Também havia a presença do antigo Tucanato (hoje PSB). Alckim, Serra, FHC, Dória e Aécio Neves. Estes que, de 1994 até 2014, disputaram todos os segundos turnos das eleições a nível federal e que comandavam os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná durante décadas e que possuíam sempre uma bancada forte no congresso tanto no Senado como na Câmara. Além deles, estava o PT como Partido que, além de governar o Brasil, também governou Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia por muito tempo. Só estes três grupos dominavam os Estados do centro sul e os Estados da Bahia, Pernambuco (únicos com relevância no Nordeste). Estes Partidos possuíam as capitais das principais cidades. Mas toda esta união ainda não era suficiente para derrotar a direita. Foi necessário que os Petistas e Tucanos ainda pedissem ajuda a terceira via: Marina Silva, Rede Sustentabilidade (antiga Ministra do PT), duas vezes terceira colocada nas eleições presidenciais.

Toda a classe política da antiga República se unia em um ato de desespero. Já haviam perdido o congresso em que o PSB só elegeria 11 deputados, o MDB pouco mais de 20, o PT criava uma federação com PV, PC do B para eleger 80. No Senado a derrota era flagrante. Para piorar, a direita vencia em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. No Rio Grande do Sul, um progressista vencia, mas era neoliberal para desespero petista. A extrema esquerda do Psol deixava de criticar o PT para apoiar. O Sistema se desesperou e assistimos a velha mídia e estes senhores mostrarem sua verdadeira face. Censuraram da forma mais descarada, prenderam, demonetizaram, sequestraram patriotas e os torturaram com a total penitência da OAB e do MP que simbolizava uma luta pelos direitos humanos. Pensaram em vencer de qualquer forma, mas esqueceram do dia depois do amanhã. Lula assume o país com promessas vazias e precisa cumprir o que ele já sabia que não poderia cumprir. A Aliança entre estes Partidos acabou. Agora o “todos contra todos” reina. O desgoverno precisará lidar com uma guerra que a cada dia lança o mundo em uma recessão e vai ter que explicar para o Brasil que a pandemia já está sendo bem esclarecida fora do Brasil. Como retardar as informações que circulam na Europa e nos EUA e chegam ao Brasil? Lula venceu as eleições com 40% contra 39% de Bolsonaro (segundo as urnas), enquanto 21% sequer foi votar ou votou em branco e nulo. Lula ganhou somente no Nordeste, entre os de menor poder aquisitivo. Como manter o povo enganado? Ministros do Supremo já ensaiam a saída do barco. Ministro Dias Tofolli mandou arquivar todos os processos da CPI da Covid que chamava Bolsonaro de genocida. Carmen Lucia enviou, ao primeiro grau, 7 e depois mais três ações totalizando 10 que havia contra Bolsonaro e que por certo vão prescrever. Lewandowski arquivou todos os processos do 7 de setembro. Barroso resolveu arquivar processos de suposta interferência de Bolsonaro na Petrobrás. E como ficam Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes? Estão isolados, esperando o congresso, que vai abrir a CPMI, para apurar o vandalismo de 8 de janeiro e vai pautar o mandato de 8 anos para ministros do STF. Congresso que já fala em voto auditável como certo.

Por que Alexandre de Moraes está mandando soltar presos? Eram 4 mil detentos extraoficialmente; caiu para 1700, agora são 800. O que tá ocorrendo? No xadrez da política, agora, o Lula precisa de tempo que não tem... Já não tinha nem 40% e este número vai caindo mais e mais. Um governo derretendo.

Como acalmar a direita? Como deixar o povo mais tranquilo? Como conciliar tantos interesses? Lula sabe muito bem que sua maior chance de se manter no poder é enfrentar Bolsonaro. O TSE hoje, com Alexandre de Moraes, vai se tornar, daqui há um ano, o TSE de Cássio Nunes com Mendonça na Vice-presidência. Lula tem duas vagas no STF? Na verdade, ele não tem vaga nenhuma, porque os dois que vão se aposentar já eram dele. Vão trocar seis por meia dúzia. Mas ele precisa muito de um Supremo que ainda o ajude. O problema é que o Pacheco resolveu que não vai mais aceitar que o Supremo dite as regras do legislativo. O maior tiro no pé que Lula deu foi junto ao STF, para tentar barrar o orçamento secreto ou emendas do relator. Como Arthur Lira é inimigo de Renan Calheiros, e isto não tem conciliação, Lula sabe muito bem que seus inimigos estão no quintal de casa. Para ele e para muitos que entendem de política o povo vai cobrar a conta.

Alguma cabeça vai rolar. Lula não perdoou a Globo e nem tão pouco o STF (Gilmar e Xandão), tal como não perdoa Renan que presidiu o Senado na hora de cassar Dilma. Lula sabe muito bem que o sistema o jogou na cadeia por quase dois anos. E Lula sabe que os movimentos nas portas dos quartéis querem a cabeça de Xandão. Como político experiente, ele sabe que uma cabeça tem que rolar. Sem sangue não há remissão de pecados.

Quem vai sangrar? Lula ou Xandão?

Alexandre de Moraes já começa a sofrer retaliação das Big Tecs. Europa e EUA exigem que Lula se levante contra a Rússia, mas Lula mantém a política de neutralidade de Bolsonaro. Aliás, Lula mantém muito da política de Bolsonaro. As pautas progressistas passaram a ser uma forma de afirmar ser um governo diferente do que era Bolsonaro. Mas são pautas que o governo já não tem força no congresso para aprovar. O movimento dos 70 dias nas portas dos quartéis foi o maior do Brasil. A Esquerda sabe disso e sabe bem que quando sua militância se sentir traída, a coisa vai piorar. A única forma de não perder sua militância é desagradar ao mercado financeiro e aos interesses corporativos. De uma forma ou de outra, este governo é um carro que começou na reserva para uma corrida de quatro anos. Cada dia que passa, os ataques aos Bolsonaro não geram mais nada. O povo quer picanha... o povo quer a cervejinha... os bancos querem juros altos... os servidores querem aumento... as ONGs querem dinheiro público... as emissoras querem propagandas do governo para alimentar seus cofres... Falar mal do Bolsonaro, no início, pode até gerar uma reação de felicidade em alguns, mas e quando a conta apertar? Quando o desemprego chegar? Quando a inflação aumentar? Quanto tempo Lula aguenta tendo o sistema ao lado do vice? Como aguentar os aliados todo dia pedindo uma estatal e cargos? Como aguentar os petistas e aliados totalmente envolvidos com o que há de mais corrupto no Brasil? Como fazer as estatais darem lucro com tantos corruptos condenados gerenciando?

Este Governo do PT será como o de Getúlio Vargas. Será o fim de uma era. Um sistema que era um doente em estado terminal, que teve aquela melhora antes da morte. Quem nunca ouviu falar que alguém melhorou de uma situação de doença e dias depois faleceu? Este é o sistema agonizando, esperneando, e totalmente nu.

Sim, meus amigos, o sistema está nu. Eles não conseguem esconder que são corruptos, totalitários, que amam a censura, que nunca ligaram para direitos humanos. Mais do que nunca, o rei está nu. Suas verdadeiras intenções foram expostas e toda a luta por democracia e direitos humanos não passava de retórica. Como diria o Coringa ao Batman: “A moral deles...  A honra deles... é uma piada sem graça...”.

O último que ler apague as luzes. A corrida está chegando a seu final, os combustíveis estão acabando, a fonte secou, bancos falidos, ninguém quer carregar o caixão sozinho, o Brasil renascerá das cinzas, poderemos ter eleições ainda este ano. Aguardem! O limite chegou ao fim, façam suas apostas ... Agora sim, apague as luzes o último que ler...

[3/5 18:02] Celso Hecke: Gustavo Conde

“Eu não queria dizer isso. Pode ferir sensibilidades, desmanchar castelos de areia, coisa e tal. Mas, que se dane. O fato, nu e cru, é que Bolsonaro vai sendo canonizado, imortalizado e santificado no altar máximo da glorificação histórica. Nem Churchil, nem Roosevelt, nem Nelson Mandela chegaram perto dessa dimensão. E essa consagração é insuspeita: não há maior prêmio nem maior insígnia do que ser perseguido e caçado com este nível de violência pelo aparelhamento judicial e financeiro em uníssono, com o auxílio de toda a imprensa e dos serviços de ‘inteligência’ nacionais e estrangeiros. É o maior reconhecimento de uma vida que teve um sentido maior, léguas de distância do que a maioria de nós poderia sonhar. Nem todos os títulos honoris causa do mundo juntos equivalem a essa deferência: ser perseguido por gente do sistema, por representantes máximos do capital, da normatização social e da covardia intelectual, gente que pertence ao lado comunista da História, o lado negro da bestialidade socialista. Não há prêmio Nobel que possa simbolizar a atuação patriótica de Bolsonaro no mundo, nem todos os títulos que Bolsonaro de fato ganhou ou recusou (a lista é imensa, uma das maiores do mundo). Porque a honraria mesmo que se desenha é esta em curso: ser o alvo máximo do ódio de classe e o alvo máximo do pânico democrático que tem fobia a voto. Habitar 24 horas por dia a mente desértica dos inimigos da pátria e povoar quase a totalidade do noticiário político de um país durante 33 anos, dando significado a toda e qualquer movimentação social na direção de mais direitos e mais soberania, acreditem, não é pouco. Talvez, não haja prêmio maior no mundo porque Bolsonaro é, ele mesmo, o prêmio. É ele que todos querem, para o bem ou para o mal. É o líder-fetiche, a rocha que ninguém quebra, o troféu, a origem, a voz inaugural, que carrega as marcas da história no timbre e na gramática. Há de se agradecer essa grande homenagem histórica que o Brasil vem fazendo com extremo esmero a este cidadão do mundo. Ele poderia ter sido esquecido, como FHC. Mas, não. Caminha para a eternidade, para o Olimpo, não dos mártires, mas dos homens que lutam e fazem valer sua vida em toda a dimensão espiritual e humana.”

Gente, não basta curtir, é preciso compartilhar. Deem sua pequena contribuição a esse gigante, fazendo esse texto chegar a todos!

Se concordar, compartilhe, como estou fazendo!!!

De Portugal, Raphael Siqueira.

10.05.23

Então é assim: a criatura pinga produto químico nos olhos para ficar cega. Não contente com o resultado faz intervenção cirúrgica e consegue o que deseja? Que médico é esse que se rebaixa tanto? Numa entrevista, a criatura diz estar contente com o resultado. Afirma que desde os 21 nos “sente” que deveria ser cega. Como não era, fez por onde ficar. Que absurdo é esse? Onde vi o vídeo com um trecho de entrevista, há, nos comentários, relatos de outros casos parecidos. Entre eles, o de um sujeito que requisita cadeira de rodas do governo – se não me engano, na Noruega – ganha a dita cuja e sai andando nela, mesmo não tenho nenhum impedimento locomotor. Isto por conta do “fato” de que se “sente” um cadeirante. Isso está mesmo acontecendo? Continua, na USP a série de procedimentos clínicos para “redesignação sexual” – a expressão soa muito bem... deve render muitos Likes nas famigeradas redes sociais... – de crianças e adolescentes? Que brincadeira sem graça é esta? O rapaz, de repente, “percebe” que é mulher e se diz mulher e impõe essa sua vontade. Daí sai nadando com as meninas e ganha todas as provas, bate todos os recordes – por favor falem em bom Português “recórde” – e chega ao topo da lista, a mesma lista em que, em sua condição natural, biológica, de homem, ocupada o lugar de número 471. Um indivíduo desse merece ser levado a sério, merece atenção. Custo a acreditar que há quem o aplauda e apoie. Até anedotas já criaram. O motivo, ao contrário, não tem nada de engraçado. Parece que em Santa Catarina ou Paraná, agora não me lembro, criaram a possibilidade de um homem se aposentar mais cedo. Para tanto, bastaria que ele se declarasse “mulher trans”. O dia em que alguém me explicar, sem deixar dúvida alguma, absolutamente nenhuma, sobre o que vem a ser isso, eu paro de reclamar desses abortos intelectuais. Por que só pode ser isso. É difícil admitir que as pessoas levem mesmo a sério uma quantidade inumerável de barbaridades estúpidas e sem fundamento como estas. Sei que sou um chato. Continuarei sendo. Quem não gostar que vá reclamar com o bispo...

 

12.02.23

Uma fábula fabulosa!

Adoro fábulas, desde a infância. Antes de me aposentar, escrevi uma fábula (na verdade, uma parábola) sobre a situação que àquela altura se desenhava no Instituto, por conta de uma pretendida reforma curricular. Não foi o sucesso que imaginei, mas acertei no alvo. Sei disso por conta do único comentário que recebi de um colega se abismou com a minha “coragem”. O resto é história... A fábula que segue não e de minha autoria. Gostei, por isso, compartilho.

 

SÓCRATES ENCONTRA PROFESSOR DA USP

“Sócrates, enviado para 2017 em um vórtice temporal, cai em São Paulo, no meio de um manifesto, e encontra um militante esquerdista:

– Olá, excelente rapaz! Do que se trata toda essa gente reunida?

– Olha, velhote desinformado, estamos lutando contra a elite por justiça!

– Sim, eu realmente sou um desinformado, eu sou quem não sabe, mas estou muito feliz de encontrar você, que realmente sabe! Peço que me ensine, é possível?

– Sim, claro, sou da USP, tem muita coisa que você precisa aprender!

– É um grande dia, excelente rapaz! Finalmente encontrei alguém sábio que me ensinará! Primeiro, gostaria de saber o que é a elite, depois o que é justiça e por último por qual aplicação de justiça estão lutando. Pode ser nessa ordem?

– Sim, isso é fácil!

– Perfeito! O que é a elite!?

– A elite são os ricos, que têm muito dinheiro, muitos bens.

– Então, o critério para discernir a elite é a quantidade de dinheiro, de bens, que possui, certo?

– Sim, é esse mesmo!

– E a partir de que ponto um homem é considerado rico, participante da elite?

– A classificação disso é através classes sociais, que são A, B, C, D, E e F! A classe A é quem tem mais, e vai diminuindo para quem tem menos, até a classe F, que é praticamente miserável e não tem nada...é por eles que lutamos!

– Certo, como eu posso identificar quem é a elite nesses termos?

– São as classes A, B e C, mas é só ver quem ganha mais de 2.300 por mês, que já é elite!

– Entendi, e os outros todos não são elite, certo?

– Sim, o critério é esse.

– Quem ganha mais de 2.300 por mês é a elite, e a elite é malvada, certo?

– Certo!

– E quem ganha menos de 2.300 por mês não é da elite, e não é malvado, correto também?

– Sim, é exatamente isso! O senhor está aprendendo muito bem! Qual seu nome?

– Meu nome é Sócrates, excelente rapaz!

– Certo, Sócrates! Está aprendendo muito bem.

– Você é formado em uma universidade, não é isso?

– Sim! Sou inclusive professor! Da USP, como eu disse!

– Que dia maravilhoso para mim, excelente rapaz! Encontrei finalmente um sábio! Quanto ganha um professor da USP?

– Eu ganho 10 mil…

– Então...você é da elite e é malvado?

– Não… é que… olha… eu luto pelo povo e… eu quero só o bem dele!

– Mas você disse que o critério era esse…

– Eu sei, parece estranho, mas são nossos representantes que vão acabar com essas diferenças sociais!

– Estou me esforçando para compreender: quem são seus representantes?

– São os políticos!

– Quanto ganha um político hoje, rapaz?

– Depende: deputado ganha cerca de 39 mil por mês, um senador uns 33 mil…

– Então eles são da elite também!

– São, sim… mas são eles que vão fazer o bem para o povo!

– Mas você me disse que a elite só faz o mal, e que o critério é que quem ganha mais de 2.300 por mês é mau...tanto você quanto seus representantes são da elite, devo supor que são maus, segundo suas próprias palavras… ou será de outra forma?

– Estou desconfiando que você é um infiltrado, velho! Como pode duvidar do que estou dizendo?

– Eu estou tentando aprender, você disse que me ensinaria. Mas, afinal, você é um homem mau e seus representantes também são maus, ou esse critério estará errado?

– Eu não sou mau! Lula é santo! Que espécie de perguntas são essas?

– Chama-se lógica, rapaz, eu só estou examinando seu próprio critério… se o critério estiver certo, você e seus representantes são maus, se forem bons então o critério está errado… não será dessa forma?

– Está bem, talvez o critério esteja errado, pois eu sou um homem bom, e meus representantes também são bons, afinal estou lutando pela justiça, pelo bem, por algo bom!

– Muito bem, rapaz! E qual a luta de vocês?

– Lutamos contra os maus… quer dizer, a elite…

– Nos critérios que você me colocou?!

– Sim!

– Oras, estão lutando contra si mesmos?!

– Não! Bem, talvez o critério esteja errado mesmo…não sei mais!

– Mas, me diga, o que é justiça?

– Justiça é que todos ganhem o mesmo salário! Para não haver desigualdade, sabe?

– Mesmo os que não trabalham?

– Não, só os que trabalham, claro…

– Então já não são todos... Concorda?

– Bem, quis dizer todos que trabalham; os que não trabalham ganham bolsas, essas bolsas é para que não fiquem sem nada…

– Essas bolsas são como um salário?

– Sim! Recebem uma vez por mês!

– E de onde sai o dinheiro dessas bolsas, rapaz?

– Impostos! As pessoas trabalham e pagam impostos, o estado redistribui a renda, e paga as bolsas.

– Então quem paga as bolsas é quem trabalha, e é justo que quem não trabalha receba salário por não trabalhar, e quem está trabalhando pague salário a quem não trabalha?

– Sócrates, você está me deixando confuso…

– Apenas me responda, a justiça consiste em pagar salário para quem não trabalha, é isso?

– Não… é redistribuir a renda…

– Mas, no final da sua redistribuição, isso é o que acontece, ou não?

– Sim, é… mas…tudo parece estranho, eu sei. Mas, quando fizermos o comunismo, tudo vai ser diferente, tudo vai ser justo e ninguém vai ser miserável, não vai dar pra você entender agora… a elite é poderosa e controla tudo!

– Rapaz, até agora tudo que você me disse foi contraditório, não?

– Sim, foi! É que você precisa esperar o comunismo acontecer! Aí, sim, tudo vai fazer sentido!

– Oras, rapaz, então esse tal comunismo, deve ser maravilhoso...onde aconteceu?

– Cuba, Coreia do Norte, Russia, Alemanha Oriental…

– Então esses lugares devem ser o paraíso! Conte-me como são!

– Olha, as coisas não vão tão bem, alguns lugares já abandonaram o comunismo, mas os outros permanecem em luta!

– Rapaz, que surpresa! Por que afinal abandonaram algo tão maravilhoso?

– Não deu certo, mas continuamos tentando! É culpa do capitalismo!

– E os outros lugares?

– Cuba e Coreia do Norte continuam comunistas!

– Que maravilha! E como são esses lugares?! Estão bem? Todos são prósperos? Não existem mais classes?

– Pra falar a verdade, não estão bem não. Cuba e Coreia do Norte estão passando fome, mas isso é por culpa do capitalismo!

– Oras, mas um modelo tão bom, pelo qual vocês lutam, não faria apenas bem?

– É que os dirigentes não fizeram o comunismo como pensávamos, eles deturparam, fizeram outra coisa…

– Mas você me disse há pouco que eles eram bons…

– Eu disse mas… bem, nunca se sabe!

– Será que talvez vocês não estejam errados?

– Talvez, Sócrates…

– E por que esses países têm dirigentes?

– Eles têm poder militar, e muito capital…

– Oras, você me disse que não haveria classes sociais…

– No comunismo existem apenas as classes política e do proletariado!

– Então existem ainda classes, correto?

– Não tenho como discordar agora…

– Meu rapaz, não me parece que você esteja lutando por algo bom, pois seus exemplos foram todos maus, e não me parecem confiáveis seus representantes como bons, pois sempre terminam por trair o povo, e mesmo seus critérios não me parecem bons, pois não se sustentam agora, nem nos exemplos que me forneceu.

– O senhor está me deixando sem resposta. Eu preciso estudar mais…

– Eu agradeço a conversa, mas vou continuar procurando alguém realmente sábio, que possa me ensinar algo de sua sabedoria.

Um grupo de garotos se aproxima e cumprimenta o professor.

– Quem é este homem, professor?

– Um velho chamado Sócrates, que eu estava ensinando, mas agora estou um pouco confuso…

– Por que está confuso professor?

– Ele discordou de algumas ideias minhas, e eu não consegui sustentá-las…

O grupo de garotos grita:

– ATENÇÃO, TODO MUNDO! ESSE É UM VELHO FASCISTA! RACISTA! MISÓGINO! SEXISTA! HOMOFÓBICO!

Após levar cuspidas e apanhar, Sócrates sai ferido e desaparece no vórtice temporal.

O professor da USP prossegue em sua luta, mas cada vez que vê um velho calvo de barba comprida, começa a tremer de medo”.

(texto de Ricardo Roveran)

06.01.23

Esta é a primeira postagem de 2023. Como faço todos os anos, troco a aparência do blogue. Penso que já fiz isso no meio do ano, uma ou duas vezes. Não me lembro. Este ano vou tentar fazê-lo. De qualquer maneira, continuo, entre trancos e barrancos, escrevendo aqui desde 6 de outubro de 2009, quando fiz, oficialmente, minha primeira postagem. Este ano, completo 14 anos de postagens, não ininterruptas, mas persistentes. Hoje, então, a primeira do (novo) ano. É uma parábola. Recebi-a do querido Luiz Fernando, amigo-irmão que a vida fez com tivéssemos os caminhos cruzados num feriado de 12 de outubro de 1987. Muito tempo. Mandou-me hoje e abro as atividades “bloguísticas” com a parábola que ele enviou. É ler, gostar (ou não) e pensar (quem sabe?). Desconheço a autoria.

 

O 4º REI MAGO

Há uma lenda de que nos ensina o que Deus espera de nós. Dizem que houve um quarto Rei Mago, que também viu a estrela brilhar em Belém e decidiu segui-la. Como presente, pensou em oferecer ao Menino um baú cheio de pérolas preciosas. No entanto, em seu caminho, ele encontrou várias pessoas que estavam pedindo sua ajuda. Este Rei Mago os assistiu com alegria e diligência, e ele deixou a cada um deles uma pérola. Mas isso estava atrasando sua chegada e esvaziando seu baú. Ele encontrou muitos pobres, doentes, aprisionados e miseráveis, e não podia deixá-los sem supervisão. Ele ficou com eles pelo tempo necessário para aliviar a dor e depois partiu, o que foi novamente interrompido por outro desamparado. Aconteceu que quando finalmente chegou a Belém, os outros reis magos não estavam mais lá e o Menino Jesus fugira com seus pais para o Egito, porque o rei Herodes queria matá-lo. O Rei Mago continuou procurando-o sem a estrela que o guiara antes. Ele procurou, procurou e procurou... e dizem que ele passou mais de trinta anos viajando pela Terra, procurando a criança e ajudando os necessitados. Até que um dia chegou a Jerusalém justamente no momento em que a multidão enfurecida exigia a morte de um pobre homem. Olhando-o, ele reconheceu algo familiar em seus olhos. Entre dor, sangue e sofrimento, pode ver em seus olhos o brilho daquela estrela. Aquele que estava sendo executado era a criança que ele havia procurado por tanto tempo. A tristeza encheu seu coração, já velho e cansado pelo tempo. Embora ainda guardasse uma pérola na bolsa, era tarde demais para oferecê-la à criança que agora, transformada em homem, pendia de uma cruz. Ele havia falhado em sua missão. E sem mais para onde ir, ficou em Jerusalém para esperar a morte chegar. Apenas três dias se passaram quando uma luz ainda mais brilhante do que mil estrelas encheram seu quarto. Foi o Ressuscitado que veio ao seu encontro! O Rei Mago, caindo de joelhos diante Dele, pegou a pérola que ficou e estendeu-a a Jesus, que a segurou e carinhosamente e disse:

 

“Você não falhou. Pelo contrário, você me encontrou por toda a sua vida. Eu estava nu e você me vestiu. Eu estava com fome e você me deu comida. Eu estava com sede e você me deu uma bebida. Eu fui preso e você me visitou. Eu estava em todas as pessoas necessitadas que você assistiu no seu caminho. Muito obrigado por tantos presentes de Amor! Agora você estará comigo para sempre, porque o céu é a sua recompensa.”

 

A história não requer explicação ... somos o quarto Mago e damos continuidade ao seu trabalho todas as vezes que ajudamos alguém ao longo dessa caminhada chamada vida. Hoje termina o tempo litúrgico do Natal e desejo que as bênçãos e os ensinamentos do Mestre Jesus acompanhem você todos os dias deste ano. Muita Paz e Amor na sua vida.

 

 

21.09.22

Nas duas últimas semanas, fomos quase sufocados com tantas matérias e fotos e vídeos e comentários e textos e notícias sobre os funerais da Rainha Elizabeth II, A Rainha Isabel II, como conhecida em Portugal. Paralelamente – e para mal dos pecados de cada um dos cidadãos de bem viventes neste rincão, do lado de cá do grande charco – outra avalanche de igual pressão e conteúdo quase nulo também nos assaltou: a sequência interminável de promessas vazias, de mentiras deslavadas e de delírios absolutamente inenarráveis – para deixar de lado outros aspectos que beiram o parético – da “propaganda eleitoral obrigatória e gratuita”. Não posso afirmar, porque não tenho conhecimento para tanto, mas tenho a impressão de que essa excrescência da criatividade rasteira e falaciosa da “inteligência humana” só existe por aqui. Pior, financiada por dinheiro arrecadado dos inúmeros e incontáveis impostos que pagamos a todo momento. Entre os dois, meu coração não balança. De olhos fechados, escolho a primeira opção, com todos os senões. Assim sendo, recebi de um amigo português, o reencaminhamento da mensagem de Facebook que segue. Gostei, por isso mesmo, partilho!

Texto publicado por Luís Russo Pistola

Ao cuidado do José Rodrigues dos Santos e do João Adelino Faria e da péssima (com expoente 99) cobertura que fizeram do Funeral de Estado da Rainha Isabel II do Reino Unido: bastava irem à Wikipedia para aprenderem que o Orbe não é “uma esfera com uma cruz”, “semelhante à esfera armilar portuguesa” nem “representa o domínio britânico sobre o mundo no seu passado imperial”. O Orbe é um símbolo cristão de submissão do mundo – do poder temporal – a Cristo. O “Império” é o de Cristo, não de nenhum povo em particular. Como se lê e bem na Wikipedia: “O orbe simboliza o domínio de Cristo (a cruz) sobre o mundo (o orbe), literalmente sujeito por um governante terreno (ou, por vezes, de um ser celestial como um anjo). Quando é seguro pela própria figura de Cristo, o objeto é conhecido na iconografia ocidental como Salvator Mundi (Salvador do Mundo).” E já agora:

  1. a) a Monarquia Britânica não está em crise – tem um Rei desde que a mãe exaltou o último suspiro e tem milhões na rua a apoiá-la -;
  2. b) o “Rei Carlos III” não é uma incógnita já que esteve a ser preparado por 73 anos para fazer o que está a fazer e nos últimos anos até já fazia boa parte das funções em representação da monarca;
  3. c) o seu reinado não “começa hoje” nem “amanhã”, começou quando a mãe morreu e já teve uma semana de actos oficiais feitos como monarca, como é óbvio;
  4. d) quem vê as manifestações de afecto de que tem sido alvo e lê os comentários às mesmas percebe que é bem mais popular do que querem fazê-lo crer e que a mudança em uma semana do número de pessoas que nas sondagens dizem apoiá-lo mostra isso mesmo; e que se preocupam com a sua saúde com a agenda carregada que tem tido independentemente da idade;
  5. e) os britânicos não se “despediram da sua Rainha”, despediram-se dos restos mortais da mesma;
  6. f) a Monarquia Espanhola não está em risco e o Rei Juan Carlos não é “impopular” (bem pelo contrário) nem o será depois de morto, como é óbvio;
  7. g) se Carlos III é traduzido, lógico é que o façam com Guilherme e Catarina, Príncipes de Gales, com os príncipes Jorge e Carlota, com o Duque Henrique, etc, porque dizer uns em inglês e os outros em português é só piroso e estúpido;
  8. h) e por falar em estúpido, as cerimónias militares não são “próprias de ditaduras e não vistas nas ‘democracias modernas’, são a representação da união do povo com o Soberano e são próprias de estados que não sejam falhados e ainda saibam o que é a dignidade do Estado, assim como a existência de Protocolo de Estado, o garante de que tanto direitos de todos são respeitados e honrados e que a representação do Estado não ofende os seus povos.
  9. i) “os jovens não estão afastados da Monarquia”, caso contrário não estariam em incrível número nos mais de 750 000 que passaram longas horas para fazer uma vénia em frente do caixão da defunta Rainha, muitos em copiosas lágrimas, ou a encher as ruas para saudar o novo Rei: estão afastados, sim, das repúblicas das bananas como a nossa que não consegue juntar 750 pessoas livremente a comemorá-la, muito menos a chorá-la.

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