Faz quatro dias que estou pensando se deveria ou não publicar o texto (imenso) que segue. Não sou seu autor! O temor se justifica. Nos dias que correm, se eu disser que não gosto de "A" levo boa parte da população do planeta a entender que gosto de "B". Assim, em termos absolutos e excludentes. Não é preciso dose elevada de bom senso para perceber a imbecilidade que posição assim radical representa. Não vou discutir a semântica dos termos nem sua reverberação discursivo-ideolóica por pura preguiça. Vou, simplesmente, compartilhar o texto (que me fez pensar. Só Isso! Fez pensar! Isso não quer dizer que eu concorde ou discorde dele!!!). Quem ler que pense o que quiser. Já fui "cancelado" por pessoas queridas por fazer isso. Já perdi amigos que pensei gostarem de mim. Isso é triste, irreversível (sobretudo para quem me cortou). Como eu não aprendo e adoro uma provocação, resolvi partilhar o texto. E repito: este ato não representa minha concordância ou discordância. Não "decidam" o meu destino por conta deste texto. Leiam-no e pensem. Basta isso: PENSAR!
[3/5 18:02] Celso Hecke: Caramba, nunca li um textão com tanto gosto.
O último que ler, apague a luz!
KAMIZOLA
O isolamento de Alexandre de Moraes.*
Análise de Junior Magalhães
Bel. em Direito Federal, de Alagoas, pós graduado em ciências criminais, historiador pela Universidade do Estado do Paraná, professor licenciado pela Universidade Federal do Paraná, pós graduado em teologia sistemática e história das religiões, Teólogo pelo Instituto Edu com mestrado em Teologia e Sociologia.
Durante o período eleitoral assistimos uma batalha entre STF X Bolsonaro. De um lado 9 ministros votando em conjunto contra dois ministros indicados por Bolsonaro. Destes 9 ministros percebíamos claramente que havia um certo desconforto para cinco deles. Lembrem-se de Tofolli que evitava dar entrevistas e quando Presidente do STF travou investigações contra Flavio Bolsonaro. Lembremos de Fux que quando Presidente do STF agiu de forma também a evitar confrontos com Bolsonaro e buscava apaziguar a tensão entre poderes. Rosa Weber que também sempre consultou a PGR antes de qualquer decisão. Outra ministra, Carmem Lúcia, estava visivelmente desconfortável no TSE e votava constrangida pela censura prévia sempre ponderando. E lembremos de Fachin que, após tornar Lula elegível, desapareceu dos holofotes e se escondeu totalmente do incêndio vermelho.
Mas havia quatro elementos que incendiaram o Brasil: Alexandre de Moraes do PSDB, Gilmar Mendes do PSDB, Roberto Barroso (Ministro da ala do PT mais radical) e Lewandowski (real escudeiro de Lula em todos os processos). Após as eleições, o pacto era apenas dar a vitória ao Lula no grande acordo nacional entre PT, antigo PSDB hoje PSB e antigo PMDB hoje MDB. Sarney, Renan, Barbalho e todas as oligarquias emedebistas se uniam. Ali estavam os ex-presidentes ou líderes do Senado de 1994 até 2018. Este Partido que, até 2018, possuía a maior bancada de deputados e Senadores e dominavam metade das prefeituras do Brasil e dos governos estaduais, inclusive o Rio de Janeiro. Também havia a presença do antigo Tucanato (hoje PSB). Alckim, Serra, FHC, Dória e Aécio Neves. Estes que, de 1994 até 2014, disputaram todos os segundos turnos das eleições a nível federal e que comandavam os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná durante décadas e que possuíam sempre uma bancada forte no congresso tanto no Senado como na Câmara. Além deles, estava o PT como Partido que, além de governar o Brasil, também governou Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia por muito tempo. Só estes três grupos dominavam os Estados do centro sul e os Estados da Bahia, Pernambuco (únicos com relevância no Nordeste). Estes Partidos possuíam as capitais das principais cidades. Mas toda esta união ainda não era suficiente para derrotar a direita. Foi necessário que os Petistas e Tucanos ainda pedissem ajuda a terceira via: Marina Silva, Rede Sustentabilidade (antiga Ministra do PT), duas vezes terceira colocada nas eleições presidenciais.
Toda a classe política da antiga República se unia em um ato de desespero. Já haviam perdido o congresso em que o PSB só elegeria 11 deputados, o MDB pouco mais de 20, o PT criava uma federação com PV, PC do B para eleger 80. No Senado a derrota era flagrante. Para piorar, a direita vencia em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. No Rio Grande do Sul, um progressista vencia, mas era neoliberal para desespero petista. A extrema esquerda do Psol deixava de criticar o PT para apoiar. O Sistema se desesperou e assistimos a velha mídia e estes senhores mostrarem sua verdadeira face. Censuraram da forma mais descarada, prenderam, demonetizaram, sequestraram patriotas e os torturaram com a total penitência da OAB e do MP que simbolizava uma luta pelos direitos humanos. Pensaram em vencer de qualquer forma, mas esqueceram do dia depois do amanhã. Lula assume o país com promessas vazias e precisa cumprir o que ele já sabia que não poderia cumprir. A Aliança entre estes Partidos acabou. Agora o “todos contra todos” reina. O desgoverno precisará lidar com uma guerra que a cada dia lança o mundo em uma recessão e vai ter que explicar para o Brasil que a pandemia já está sendo bem esclarecida fora do Brasil. Como retardar as informações que circulam na Europa e nos EUA e chegam ao Brasil? Lula venceu as eleições com 40% contra 39% de Bolsonaro (segundo as urnas), enquanto 21% sequer foi votar ou votou em branco e nulo. Lula ganhou somente no Nordeste, entre os de menor poder aquisitivo. Como manter o povo enganado? Ministros do Supremo já ensaiam a saída do barco. Ministro Dias Tofolli mandou arquivar todos os processos da CPI da Covid que chamava Bolsonaro de genocida. Carmen Lucia enviou, ao primeiro grau, 7 e depois mais três ações totalizando 10 que havia contra Bolsonaro e que por certo vão prescrever. Lewandowski arquivou todos os processos do 7 de setembro. Barroso resolveu arquivar processos de suposta interferência de Bolsonaro na Petrobrás. E como ficam Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes? Estão isolados, esperando o congresso, que vai abrir a CPMI, para apurar o vandalismo de 8 de janeiro e vai pautar o mandato de 8 anos para ministros do STF. Congresso que já fala em voto auditável como certo.
Por que Alexandre de Moraes está mandando soltar presos? Eram 4 mil detentos extraoficialmente; caiu para 1700, agora são 800. O que tá ocorrendo? No xadrez da política, agora, o Lula precisa de tempo que não tem... Já não tinha nem 40% e este número vai caindo mais e mais. Um governo derretendo.
Como acalmar a direita? Como deixar o povo mais tranquilo? Como conciliar tantos interesses? Lula sabe muito bem que sua maior chance de se manter no poder é enfrentar Bolsonaro. O TSE hoje, com Alexandre de Moraes, vai se tornar, daqui há um ano, o TSE de Cássio Nunes com Mendonça na Vice-presidência. Lula tem duas vagas no STF? Na verdade, ele não tem vaga nenhuma, porque os dois que vão se aposentar já eram dele. Vão trocar seis por meia dúzia. Mas ele precisa muito de um Supremo que ainda o ajude. O problema é que o Pacheco resolveu que não vai mais aceitar que o Supremo dite as regras do legislativo. O maior tiro no pé que Lula deu foi junto ao STF, para tentar barrar o orçamento secreto ou emendas do relator. Como Arthur Lira é inimigo de Renan Calheiros, e isto não tem conciliação, Lula sabe muito bem que seus inimigos estão no quintal de casa. Para ele e para muitos que entendem de política o povo vai cobrar a conta.
Alguma cabeça vai rolar. Lula não perdoou a Globo e nem tão pouco o STF (Gilmar e Xandão), tal como não perdoa Renan que presidiu o Senado na hora de cassar Dilma. Lula sabe muito bem que o sistema o jogou na cadeia por quase dois anos. E Lula sabe que os movimentos nas portas dos quartéis querem a cabeça de Xandão. Como político experiente, ele sabe que uma cabeça tem que rolar. Sem sangue não há remissão de pecados.
Quem vai sangrar? Lula ou Xandão?
Alexandre de Moraes já começa a sofrer retaliação das Big Tecs. Europa e EUA exigem que Lula se levante contra a Rússia, mas Lula mantém a política de neutralidade de Bolsonaro. Aliás, Lula mantém muito da política de Bolsonaro. As pautas progressistas passaram a ser uma forma de afirmar ser um governo diferente do que era Bolsonaro. Mas são pautas que o governo já não tem força no congresso para aprovar. O movimento dos 70 dias nas portas dos quartéis foi o maior do Brasil. A Esquerda sabe disso e sabe bem que quando sua militância se sentir traída, a coisa vai piorar. A única forma de não perder sua militância é desagradar ao mercado financeiro e aos interesses corporativos. De uma forma ou de outra, este governo é um carro que começou na reserva para uma corrida de quatro anos. Cada dia que passa, os ataques aos Bolsonaro não geram mais nada. O povo quer picanha... o povo quer a cervejinha... os bancos querem juros altos... os servidores querem aumento... as ONGs querem dinheiro público... as emissoras querem propagandas do governo para alimentar seus cofres... Falar mal do Bolsonaro, no início, pode até gerar uma reação de felicidade em alguns, mas e quando a conta apertar? Quando o desemprego chegar? Quando a inflação aumentar? Quanto tempo Lula aguenta tendo o sistema ao lado do vice? Como aguentar os aliados todo dia pedindo uma estatal e cargos? Como aguentar os petistas e aliados totalmente envolvidos com o que há de mais corrupto no Brasil? Como fazer as estatais darem lucro com tantos corruptos condenados gerenciando?
Este Governo do PT será como o de Getúlio Vargas. Será o fim de uma era. Um sistema que era um doente em estado terminal, que teve aquela melhora antes da morte. Quem nunca ouviu falar que alguém melhorou de uma situação de doença e dias depois faleceu? Este é o sistema agonizando, esperneando, e totalmente nu.
Sim, meus amigos, o sistema está nu. Eles não conseguem esconder que são corruptos, totalitários, que amam a censura, que nunca ligaram para direitos humanos. Mais do que nunca, o rei está nu. Suas verdadeiras intenções foram expostas e toda a luta por democracia e direitos humanos não passava de retórica. Como diria o Coringa ao Batman: “A moral deles... A honra deles... é uma piada sem graça...”.
O último que ler apague as luzes. A corrida está chegando a seu final, os combustíveis estão acabando, a fonte secou, bancos falidos, ninguém quer carregar o caixão sozinho, o Brasil renascerá das cinzas, poderemos ter eleições ainda este ano. Aguardem! O limite chegou ao fim, façam suas apostas ... Agora sim, apague as luzes o último que ler...
[3/5 18:02] Celso Hecke: Gustavo Conde
“Eu não queria dizer isso. Pode ferir sensibilidades, desmanchar castelos de areia, coisa e tal. Mas, que se dane. O fato, nu e cru, é que Bolsonaro vai sendo canonizado, imortalizado e santificado no altar máximo da glorificação histórica. Nem Churchil, nem Roosevelt, nem Nelson Mandela chegaram perto dessa dimensão. E essa consagração é insuspeita: não há maior prêmio nem maior insígnia do que ser perseguido e caçado com este nível de violência pelo aparelhamento judicial e financeiro em uníssono, com o auxílio de toda a imprensa e dos serviços de ‘inteligência’ nacionais e estrangeiros. É o maior reconhecimento de uma vida que teve um sentido maior, léguas de distância do que a maioria de nós poderia sonhar. Nem todos os títulos honoris causa do mundo juntos equivalem a essa deferência: ser perseguido por gente do sistema, por representantes máximos do capital, da normatização social e da covardia intelectual, gente que pertence ao lado comunista da História, o lado negro da bestialidade socialista. Não há prêmio Nobel que possa simbolizar a atuação patriótica de Bolsonaro no mundo, nem todos os títulos que Bolsonaro de fato ganhou ou recusou (a lista é imensa, uma das maiores do mundo). Porque a honraria mesmo que se desenha é esta em curso: ser o alvo máximo do ódio de classe e o alvo máximo do pânico democrático que tem fobia a voto. Habitar 24 horas por dia a mente desértica dos inimigos da pátria e povoar quase a totalidade do noticiário político de um país durante 33 anos, dando significado a toda e qualquer movimentação social na direção de mais direitos e mais soberania, acreditem, não é pouco. Talvez, não haja prêmio maior no mundo porque Bolsonaro é, ele mesmo, o prêmio. É ele que todos querem, para o bem ou para o mal. É o líder-fetiche, a rocha que ninguém quebra, o troféu, a origem, a voz inaugural, que carrega as marcas da história no timbre e na gramática. Há de se agradecer essa grande homenagem histórica que o Brasil vem fazendo com extremo esmero a este cidadão do mundo. Ele poderia ter sido esquecido, como FHC. Mas, não. Caminha para a eternidade, para o Olimpo, não dos mártires, mas dos homens que lutam e fazem valer sua vida em toda a dimensão espiritual e humana.”
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De Portugal, Raphael Siqueira.