Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

As delícias do ócio criativo

As delícias do ócio criativo

29.08.23

Instante

Foureaux

OIP.jpg


Escrevi o texto abaixo ao som do primeiro movimento da Sonata ao luar, de Beethoven. Veio assim, de uma vez. Será ideia para um início de romance? Quem sabe, um esboço de peça teatral. Não sei. escrevi de uma vez, sem pensar. Quase fiz a mesma coisa de novo, ao ouvir um Noturno de Chopin, o mais popular, o número 2. Desisti. Fiquei com o impacto do primeiro gesto...

A cena tem que ser totalmente coreografada. Não sei se é possível, mas tem de ser. O clima se divide entre tenso e melancólico. A luz não é muita, nem pouca. O cenário tem poucos elementos. Uma personagem está recostada numa poltrona e observa a outra que faz as malas. Tudo coreografado, cada movimento, cada inflexão de olhar. A câmera passeia entre as personagens e os elementos de cena, coreografado também o seu movimento. O clima muda para um tom acima. Desespero, quase. As duas personagens por uma vez, e apenas uma, se olham. Talvez no terceiro terço da sonata. Olhar também coreografado. A personagem continua arrumando as roupas e objetos na mala. Acaba e se volta para a porta. Lentamente, coreografadamente, vai andando. Abre a porta. Sai. A outra personagem não se move. A câmera dá um close em seu olhar. Entre melancólico e desesperado. Tenso é o clima. A câmera repousa sobre a janela que mostra a outra personagem entrando um carro. A personagem, que fica se levanta. Vai até a porta e leva a mão à maçaneta. Desiste de abri-la. Tudo coreografado. Olha à sua volta. Algumas peças de roupa jogadas pelo chão. Um gato passa lentamente. A personagem se senta. Suspira. Fecha os olhos e a música termina com a câmera em close num livro aberto, sobre o qual há uma caneta. Fim.

22.12.21

Poucas linhas

Foureaux

Um pensamento a me ocupar a mente quando estava do lado de lá...

 

 

"De que valem as palavras não ditas a ecoar entre as pedras, testemunhas do tempo, repositório de silêncios, a ecoar os rastros de Cronos? O caminho que leva (agora) nada a a lugar nenhum, pleno de sentidos, como que chora a ignorância plúmbea a desconhecer belezas e sonhos."

 

 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D

Em destaque no SAPO Blogs
pub