Novembro 04, 2024
Foureaux
Faz uns dias, recebi mensagem de uma amiga portuguesa, a Ana Cristina Martins. Ela pedia-me que escrevesse algumas palavras a serem lidas na homenagem a Vitor Escudero numa sessão da Sociedade de Geografia de Lisboa, secção de Arqueologia. O distinto, animado e querido amigo, Vitor Escudero foi o fundador desta secção. Aceitei, por óbvio. Como costumo dizer, rosamariamortinha de inveja... queria ter lá estado para ler eu mesmo e abraçar o distinto e querido amigo e os demais convivas, de quem tanto gosto. Não deu. Escrevi o texto que segue abaixo. Foi lido na abertura da sessão que não vi – foi às dez da manhã, sete aqui do outro lado, estava acordando naquele momento e depois tinha a caminhada matinal na praia – dose de um dos remédios que tomo diariamente. Neste caso específico, apenas de segunda a sexta, com aceite do médico que supervisiona minha condição de saúde... Uma homenagem singela, sincera. Gosto imenso do Vitor. E ele sabe disso! Bem haja!
Boa tarde!
Diz o ditado popular que os contrários se atraem. Penso que os iguais se reconhecem, a cantar na mesma toada.
Assim, dois leoninos de boa cepa podem se sentir acompanhados um pelo outro, pelo simples fato de terem nascido sob o mesmo signo. Esta introdução, um tanto jocosa, marca minha tendência a não me levar muito a sério, conselho que o caríssimo amigo Vitor Escudero sempre deixou claro para mim e, creio, para todos que dele se aproximam. Ouvi falar de sua pessoa durante quase um ano. No passado 2013, finalmente, no aeroporto de Lisboa, tivemos nosso primeiro contato. Dois momentos marcantes fazem inesquecível o desdobramento (eu diria inevitável) deste contato primevo. O primeiro foi o convite a mim feito para jantar seguido de um porto de honra chez Escudero, dias depois de nos conhecermos. O segundo foi a magnífica aula explicativa no Palácio da Pena, em Sintra. Que clareza de oração, que profusão de conhecimento, que vigor e energia. Fiquei invejoso. Daí em diante, anualmente, nos encontramos e a frateria, parece, se consolida a cada período. Troca de opiniões e dúvidas, convivência acadêmica e pessoal, pândegas e guloseimas. A aventura de existir em harmonia com os pares... e os ímpares também. Nada é perfeito. Tanto é assim que estou aqui, deste lado do “grande charco” a desejar a presença física neste momento tão significativo. Mesmo de longe, cumprimento o homenageado e agradeço à Ana Cristina pelo convite para me manifestar e... confesso, estou com inveja de quem desfruta da companhia deste homem espetacular neste dia tão especial. Bem hajam. Abraço tropicais a todos e em especial a este amigo tão querido, Vitor Escudero. Saravá!
José Luiz Foureaux de Souza Júnior, Marataízes-ES, Brasil, outono, 2024