Julho 04, 2023
Foureaux
Miríades de pessoas. Todas as cores. Uma babel na horizontal. Filas imensas e a fachada do mosteiro, incólume, reverberava ao sol escaldante da manhã de terça-feira. Belém. Passei ao largo, fui visitar o Museu da Marinha. Que aventura. Um mergulho na História dos descobrimentos, de guerras que os sucederam, da indústria naval portuguesa, as camarinhas reais, o primeiro voo transatlântico – Gago Coutinho e Sacadura Cabral. Uma efeméride. Um museu a visitar. Enquanto me deliciava maravilhado com o que vi, a multidão suava na espera de poder adentrar outro monumento da beleza e da História: o mosteiro dos São Jerônimos. Já o visitei duas vezes. Sempre penso em voltar a fazê-lo, no entanto, sei que sempre haverá filas, enormes, multinacionais e multilíngues. Da mesma forma, do outro lado da esplanada, já na beira do Tejo, o padrão dos descobrimentos. Ao lado da Torre de Belém – ainda que haja alguma distância entre os dois pontos – o padrão eleva-se sobre o rio apontando para o mar. Já tencionei subir, mas cadê a paciência pra enfrentar as mesmas filas lá do outro lado. Isso, com o tempo, só piora. Se bem que, guardadas as devidas proporções, nas ruas e vielas da cidade, não estou percebendo a mesma multidão de outros tempos. Estarei mais desatento? Ou desligado? De todas as maneiras, foi bom voltar. O almoço, numa tasca dessas bem lisboetas: nada prometendo na fachada ou no conjunto de mesas da/na esplanada. Mas a comida: bitoque com um molho diferente, saborosíssimo. E assim se foi mais um dia. Amanhã será outro e, talvez, mais recordações, e surpresas e/ou rememorações.