Ah... a França!
Uma canção francesa. Como todas as outras, diferentes de todas as outras. Charles Aznavour é seu autor e seu intérprete (Basta digitar este nome na caixa de pesquisa do youtube e várias opções para ouvi-lo vão aparecer. Cometi a desfaçatez de traduzir, para facilitar, no caso de quem não sabe francês, mas nem é preciso saber. A beleza da sonoridade das palavras e a melodia já criam a ambiência necessária e suficiente para se deliciar com o que é belo. Chame-se a isso deleite!
Comme ils dissent
J’habite seul avec maman
Dans un très vieil appartement
Rue Sarasate
J’ai pour me tenir compagnie
Une tortue, deux canaris
Et une chatte
Pour laisser maman reposer
Très souvent, je fais le marché
Et la cuisine
Je range, je lave, j’essuie
À l’occasion, je pique aussi
À la machine
Le travail ne me fait pas peur
Je suis un peu décorateur
Un peu styliste
Mais mon vrai métier
C’est la nuit
Que je l’exerce travesti
Je suis artiste
J’ai un numéro très spécial
Qui finit en nu integral
Après strip-tease
Et dans la salle je vois que
Les mâles n’en croient pas leurs yeux
Je suis un homme, oh
Comme ils disent
Vers les trois heures du matin
On va manger entre copains
De tous les sexes
Dans un quelconque bar-tabac
Et là, on s’en donne à cœur joie
Et sans complexes
On déballe des vérités
Sur des gens qu’on a dans le nez
On les lapide
Mais on le fait avec humour
Enrobé dans des calembours
Mouillés d’acide
On rencontre des attardés
Qui pour épater leur tablée
Marchent et ondulent
Singeant ce qu’ils croient être nous
Et se couvrent, les pauvres fous
De ridicule
Ça gesticule et parle fort
Ça joue les divas, les ténors
De la bêtise
Moi, les lazzis, les quolibets
Me laissent froid, puisque c’est vrai
Je suis un homme, oh
Comme ils dissent
À l’heure où naît un jour nouveau
Je rentre retrouver mon lot
De solitude
J’ôte mes cils et mes cheveux
Comme un pauvre clown malheureux
De lassitude
Je me couche mais ne dors pas
Je pense à mes amours sans joie
Si dérisoires
À ce garçon beau comme un dieu
Qui sans rien faire a mis le feu
À ma mémoire
Ma bouche n’osera jamais
Lui avouer mon doux secret
Mon tendre drame
Car l’objet de tous mes tourments
Passe le plus clair de son temps
Au lits des femmes
Nul n’a le droit en vérité
De me blâmer, de me juger
Et je precise
Que c’est bien la nature qui
Est seule responsable si
Je suis un homme, oh
Comme ils disent
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Como dizem
Moro sozinho com minha mãe
Em um apartamento muito antigo
Na Rua Sarasate
Para me fazer companhia
Uma tartaruga, dois canários
E um gato
Para deixar minha mãe descansar
Muitas vezes, vou às compras
E cozinho
Arrumo, lavo, seco
Às vezes, também costuro
Com a máquina de costura
O trabalho não me assusta
Sou meio decorador
Meio estilista
Mas meu trabalho de verdade
É à noite
Que pratico como travesti
Sou artista
Tenho um número muito especial
Que termina em nudez total
Depois de um striptease
E no quarto eu vejo que
Os homens não acreditam no que veem
Sou um homem, oh
Como dizem
Por volta das três da manhã
Vamos jantar com amigos
De todos os sexos
Em algum bar-tabaco
E lá, nos divertimos muito
E sem complexos
Desembalamos verdades
Sobre gente que temos em conta
Nós as apedrejamos
Mas fazemos isso com humor
Envoltos em trocadilhos
Encharcados em ácido
Encontramos os retardatários
Que, para impressionar a mesa,
Andam e ondulam
Imitando o que acreditam ser nós
E se cobrindo, os pobres tolos
De ridículo
Eles gesticulam e falam alto
Eles interpretam as divas, os tenores
da estupidez
Eu, as vaias, as zombarias
Deixe-me frio, pois é verdade
Eu sou um homem, oh
Como dizem
Na hora em que um novo dia nasce
Eu volto para encontrar meu destino
De solidão
Eu tiro meus cílios e meu cabelo
Como um pobre palhaço infeliz
Com cansaço
Eu vou para a cama, mas não durmo
Penso em meus amores sem alegria
Tão insignificantes
Pelo garoto tão bonito como um deus
Que sem fazer nada ateou fogo
À minha memória
Minha boca nunca ousará
A Confesso meu doce segredo
Meu terno drama
Pois o objeto de meus tormentos
Passa a maior parte do tempo
Nas camas das mulheres
Ninguém tem o direito, na verdade
De me culpar, de me julgar
E eu especifico
Que é a natureza que
É a única responsável
Se sou um homem, oh
Como dizem
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