Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

As delícias do ócio criativo

As delícias do ócio criativo

15.02.25

Entrevista

Foureaux

Entrevista.jfif

Acabei de ver (extremamente comovido) uma entrevista que não sabia ter sido feita (A gente precisa mesmo saber de tudo?). Uma entrevista. (Alta Definição | Adriana Calcanhotto) Coisa simples. Um interlocutor inteligente, sagaz, sutil, delicado e incisivo. É possível ter todas estas qualidades reunidas num só ato... o de entrevistar? A entrevistada é Adriana Calcanhoto. O entrevistador é Daniel Oliveira, da SIC, um canal televisivo de Portugal. Quando se digita o nome do programa na barra de procura do google (Hoje em dia a gente não procura quase mais nada sem o seu socorro...) aparece o seguinte: “Alta Definição é um programa televisivo da SIC conduzido por Daniel Oliveira em que semanalmente faz uma entrevista, numa abordagem intimista, a um convidado central. As entrevistas são gravadas em alta definição, num local especial escolhido pelo entrevistado.” À parte o fato de ter uma certa birra da cantora por conta de algo que se passou logo depois de 2015... Eu tinha concluído o segundo estágio de pós-doutoramento na Universidade de Coimbra, supervisionado pela filha de uma personalidade única das terras portuguesa – António Arnaut. Era a Ana Paula Arnaut. Foi ela que me deu a notícia de que Adriana Calcanhoto estava em Coimbra por um período de seis meses. Ia uma vez por mês à universidade para desenvolver um, seminário sobre poesia. despesas pagas. Eça, a supervisora. estava indignada pois os vencimentos docentes, àquela altura, beiravam o aviltamento, segundo ela. E lá estava a “cantorazinha” a ganhar num mês o que os locais suavam para ganhar num ano. A levar ao pé da letra a notícia, chegava mesmo a aviltar. Um horror. Daí a birra. No entanto, não dá para esquecer a emoção de ver a cantora em seu début profissional e artístico em Santa Maria da boca do monte, no Rio Grande do Sul, nos idosa de 1992 ou 93, já não me recordo com certeza. Trajando terninho azul, risca de diz, aberto nos ombros e nos joelhos – quando ela se sentou as pernas se desnudaram e quando se movimentava no exercício de violonista ou nos trejeitos afeitos à interpretação das músicas que cantava os ombros tinham a sua vez de fazer o mesmo. Um encantamento sentido e gozado da primeira fila no salão de festas do Itaimbé, então, o melhor e maior hotel da cidade. Eu, carne fresca no mercado, ainda descobria os segredos da cidade – confesso que mesmo depois dos cinco anos lá vividos, a maioria deles me é desconhecida... – e fui ver o show acompanhado de uma mulher extraordinária a quem amei desde o primeiro momento em que a vi: Maria Luíza Furtado Kahl. A mesma emoção se repetiu, quando, ainda em Coimbra, fui ver uma apresentação da Adriana Calcanhoto no teatro da Universidade. Foi o prelúdio do mencionado seminário. Chorei, como chorei durante a entrevista. Será que é mesmo necessário explicar com palavras esse tio de experiência...?

Adriana.jfif

 

06.02.24

Entrevista

Foureaux

Unknown.jpeg

O texto não é meu!

ENTREVISTA MUSICAL
1 - QUANDO VOCÊ NASCEU?
Eu nasci há dez mil anos atrás. E não tem nada nesse Mundo que eu não saiba demais. 
2 - ONDE VOCÊ MORA?
Moro num país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza... Que beleza!
3 - QUE CONSELHO VOCÊ DARIA PARA AS PESSOAS DESANIMADAS?
Canta, canta, minha gente, deixa a tristeza pra lá; Canta forte, canta alto, que a vida vai melhorar. Que a vida vai melhorar, que a vida vai melhorar.
4 - QUAIS SÃO SEUS SONHOS?
Os sonhos mais lindos sonhei, de quimeras mil um castelo ergui, e no seu olhar, tonto de emoção, com sofreguidão mil venturas vivi.
5 - COMO CONSEGUE MANTER VIVA A ESPERANÇA DE UM MUNDO MELHOR?
É o amor, que mexe com minha cabeça e me deixa assim.
6 - UMA META NA VIDA?
Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar.
7 - DURANTE A QUARENTENA A QUEM VOCÊ RECORREU?
Jesus Cristo! Jesus Cristo! Jesus Cristo eu estou aqui. 
8 - QUAL SEU CONSELHO A QUEM TEM MEDO?
Segura na mão de Deus, segura na mão de Deus, pois ela, ela te sustentará.
9 - QUANDO VOCÊ ERA JOVEM QUAL ERA O SEU OBJETIVO?
Nessa longa estrada da vida, vou correndo e não posso parar. Na esperança de ser campeão, alcançando o primeiro lugar.
10 - E HOJE, COM MAIS EXPERIÊNCIA, COMO VOCÊ ENCARA A VIDA?
Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais. Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe, só levo a certeza de que muito pouco eu sei. Eu nada sei.
11 - O QUE VOCÊ ESPERA DO FUTURO?
Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz.

16.02.23

Entrevista

Foureaux

Imagem1.jpg

Uma pequena entrevista que não agrada a muita gente. Como também não agradam à mesma gente os livros que este homem escreve. No entanto, não posso deixar de dizer que o admiro pela competência, pela clareza, pelo conhecimento  e pela assertividade que demonstra. Um homem inteligente que atinge o ponto fraco, sem o intuito de ferir por ferir. Denuncia o equívoco, demonstra sua organicidade e aponta as maneiras possíveis de encontrar a resposta mais adequada – jamais a “certa”, nem a “definitiva”, como aqueles que se com ele se incomodam.

Até setembro de 2016, o canadense Jordan Peterson era um pacato professor de psicologia clínica na Universidade de Toronto, que mantinha um canal no YouTube popular entre os alunos e tinha escrito um ... livro pouco conhecido sobre a relação entre psicologia, política e religião. A aprovação da Lei C-16, no Canadá, que tornou crime a discriminação contra transexuais, travestis e “pessoas não binárias”... (as que não se identificam nem como homem, nem como mulher), acabou com a calmaria e fez de Peterson uma espécie de popstar. Enfurecido com o fato de poder ser processado se deixasse de usar os chama... pronomes neutros – ze em vez de he ou she, equivalente ao “elx”, popularizado na internet, para ele ou ela em português —, Peterson pôs a boca no trombone contra o que via como excessos da lei. Um debate sobre o tema na TV inglesa com sua participação foi visto mais de 13 milhões de vezes no YouTube. Alçado a porta-voz do politicamente incorreto, viu seu segundo livro, 12 Regras Para a Vida: Um Antídoto Para o Caos (Editora Alta Books) em oito meses virar bestseller, com mais de 2 milhões de cópias vendidas no mundo (e quase 75.000 exemplares no Brasil). De Oslo, escala da turnê de divulgação do livro, Peterson falou a VEJA por telefone.

 

O senhor ganhou projeção internacional ao se opor à lei que regulamenta o uso de pronomes neutros para transgêneros. Qual é o problema com a lei?

A maioria dos que a apoiam afirmam que, na construção da identidade humana, o sexo biológico, a expressão do gênero e as preferências sexuais de uma pessoa podem variar de modo completamente independente, pois são meras construções sociais. Isso não é verdade. Estes fatores não apenas não variam de forma independente, como estão intimamente relacionados. É claro que, em algum grau, são construções sociais, mas menos do que os ativistas alardeiam. Não gostei de ver aprovada uma lei baseada em uma premissa tecnicamente falsa só para cumprir uma agenda ideológica, sem reflexão a respeito e sem consideração pelas consequências – a começar pela restrição da liberdade de expressão.

A lei não é uma forma de garantir os direitos dos transgêneros?

Garantir estes direitos não tem nada a ver com a forma como são chamados. Esta é uma escolha voluntaria. Eu não tenho nada contra usar com meus alunos o pronome que eles preferirem. Mas o governo decidir como a pessoa vai se expressar só para agradar uma parcela da sociedade é errado. Não se pode colocar limites na forma de expressão. Recebo muitas cartas de pessoas transexuais que apoiam meu trabalho, se incomodam com o papel de símbolo de uma campanha da esquerda ultrarradical pela dissolução das identidades clássicas e querem mesmo é tocar sua vida privada da melhor forma possível.

Não seria saudável e até justo proteger a população LGBT de discursos nocivos? 

De jeito nenhum. É precisamente o oposto. A conduta correta para lidar com a vulnerabilidade é identificar a razão, criar uma hierarquia de medos e aprender a confrontá-los e dominá-los. Proteger é uma abordagem errada. A história da psicologia clínica nos últimos 150 anos comprova que a exposição voluntária da pessoa ao que a ameaça ou incomoda é o caminho certo para ganhar coragem e superar problemas. A ideia de que proteger as pessoas é agasalhá-las em seus micro espaços, para que nunca ouçam uma opinião que as ofenda ou contradiga, só faz com que elas se tornem mais fracas e amargas.

O senhor já declarou que a capacidade de pensar embute o risco de ser ofensivo. É impossível debater sem ofender?

É claro que você deve procurar ser sempre o mais gentil possível. A questão é que só precisamos pensar de verdade quando aparece um problema de solução importante, até de vida ou morte. Se a solução é tão importante, haverá várias formas de discuti-la, nem sempre compatíveis entre si – e aí começa o debate conflituoso. Os pontos de vista sempre vão colidir quando o que está em jogo é tentar mudar a maneira de a outra pessoa ver o mundo. É impossível ter esta discussão sem conflito, mesmo procurando ser o mais gentil possível.

Fonte: Jordan Peterson: A liberdade de expressão é perigosa; a alternativa é pior | VEJA (abril.com.br)

Mais sobre mim

foto do autor

Sigam-me

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D

Em destaque no SAPO Blogs
pub