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As delícias do ócio criativo

As delícias do ócio criativo

19.10.25

Apesar dos pesares...

Foureaux

É notável se dar conta de que a letra de uma música faz tanto sentido. Apesar do fato de que o poeta – porque ele é mesmo um poeta! – tenha posicionamentos tão questionáveis – para dizer o mínimo. Deixando minha chatice de lado, compartilho o prazer de ler (e ouvir0 peça tão contundente e direta. Pensem o que quiserem. É assim que eu sou... um chato!

Amanhã vai ser outro dia
Amanhã vai ser outro dia
Amanhã vai ser outro dia

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu

Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro

Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etecetera e tal
Lá lá lá lá laiá

 

14.10.25

Repetição talvez

Foureaux

Pra variar, ando numa maré de preguiça que nem sei. Deve ser por conta dos 70, da hipocrisia circundante, da vilania alheia ou mesmo chatice minha mesmo. Encontrei este texto guardado e resolvi partilhar, só pra não dizer que não estou ‘postando’ (detesto este ‘verbo’!) nada... Segue o texto.

“Nós somos aquela geração que não vai voltar. Crescemos com sapatos cheios de pó, joelhos raspados e coração apressado. não para olhar para uma tela,

mas para terminar o lanche e sair correndo para a rua – onde a única coisa importante era uma bola e alguns amigos. Nós éramos os que voltávamos da escola a pé. falando alto ou sonhando em silêncio, com a mente já no próximo jogo, na próxima aventura, entre um buraco na areia e um segredo sussurrado atrás de um canto.

Um pau podia ser uma espada. Uma poça virava um mar para conquistar. Nossos tesouros eram berlindes, cromos, barquinhos de papel. E o céu, nosso único limite.

Não tínhamos backups, apenas memórias na mente e nos rolos fotográficos. As fotos eram tocadas, cheiradas, guardadas em gavetas – junto a cartas escritas à mão, postais dos avós, e desenhos coloridos que os pais guardavam como joias.

Nós chamávamos de ‘mãe’ a quem curava nossas febres e ‘pai’ que nos ensinou a andar de bicicleta. Não era preciso mais.

À noite, sob os cobertores, conversamos baixinho com o irmão na cama ao lado, rindo por besteira, com medo que algum adulto ouvisse e desligue esse pequeno mundo de cumplicidade.

Essa geração está indo, pouco a pouco, como uma fotografia que perde a cor,

mas ninguém quer jogar fora. Nós nos afastamos silenciosamente, levando uma mala invisível: o eco do riso na rua, o cheiro de pão acabado de fazer, corridas sem sentido e aquela liberdade que eu não conhecia notificações.

Nós éramos crianças quando ainda se podia ser. E talvez essa seja a nossa maior fortuna.”

(José Vergara)

 

25.08.25

Gerações...

Foureaux

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O texto que partilho – para não faltar ao costume! – não é de minha autoria. Tenho a impressão de que é bastante corriqueiro e que já deve estar circulando há mito tempo. Não vou verificar isso – de novo, para não faltar ao costume – por pura, declarada, assumida e sincera preguiça. De qualquer maneira, vai o texto que, acredito, faz pensar, mesmo sabendo que este verbo expressa atividade cada vez menos valorizada e mais vilipendiada, haja vista o que anda acontecendo por aqui, na terra dos Burundangas... O assunto já não é novidade, mas, infelizmente, tem sustentado bravatas de profunda imbecilidade e tendenciosidade... ai, que preguiça. Evoé, Macunaíma!

“Nós somos aquela geração que não vai voltar.

Crescemos com sapatos cheios de pó, joelhos raspados e coração apressado.

não para olhar para uma tela, mas para terminar o lanche e sair correndo para a rua — onde a única coisa importante era uma bola e alguns amigos.

Nós éramos os que voltávamos da escola a pé. falando alto ou sonhando em silêncio, com a mente já no próximo jogo, na próxima aventura, entre um buraco na areia e um segredo sussurrado atrás de um canto.

Um pau podia ser uma espada, uma poça virava um mar para conquistar.

Nossos tesouros eram berlindes, cromos, barquinhos de papel. E o céu, nosso único limite.

Não tínhamos backups, apenas memórias na mente e nos rolos fotográficos.

As fotos eram tocadas, cheiradas, guardadas em gavetas – junto a cartas escritas à mão, postais dos avós, e desenhos coloridos que os pais guardavam como joias.

Nós chamávamos de ‘mãe’ a quem curava nossas febres e ‘pai’ a quem nos ensinou a andar de bicicleta. Não era preciso mais.

À noite, sob os cobertores, conversamos baixinho com o irmão na cama ao lado, rindo por besteira, com medo que algum adulto ouvisse e desligue esse pequeno mundo de cumplicidade.

Essa geração está indo, pouco a pouco, como uma fotografia que perde a cor,

mas ninguém quer jogar fora.

Nós nos afastamos silenciosamente, levando uma mala invisível: o eco do riso na rua, o cheiro de pão acabado de fazer, corridas sem sentido e aquela liberdade que eu não conhecia notificações.

Nós éramos crianças quando ainda se podia ser.

E talvez essa seja a nossa maior fortuna. 

(José Vergara)”

 

23.08.25

Entre texto e imagem

Foureaux

Beijo Sem Plano De Fundo
O vídeo com a mocinha que declama em Espanhol é uma delicadeza. Lindo. Procurei na “rede” pelo texto original. Não sei se o encontrei na íntegra. O que partilho hoje é, supostamente, este poema. (Poema SI TE BESARA, de RomeoAimeJ, en Poemas del Alma) Ainda que haja diferenças entre o texto e a declamação em vídeo. Isso não é um problema, absolutamente. No que tange à poesia, esse tipo de discrepância pode ser acolhido como “licença poética” do leitor. Não apropriação indébita, não há plágio, não há crime. É bom que se diga. Em tempos que prenunciam m crime em cada piscada, suspiro ou passo, é bom se prevenir. O poema é lindo, por isso compartilho no original. Penso que, neste caso, traduzir seria uma transgressão. Tiraria de mim, principalmente, o doce sentido do enlevo que ver o vídeo e ler o poema me causaram.

 

Sí, yo te beso en la boca,

porque es de ahí de donde manan los te quiero que derribaban mis murallas

 

Si yo te beso en la boca

es porque de ahí mana el amor en forma de palabras.

 

Ahí va…

 

Si te besara la espalda,

estaría buscando un refugio, de todos mis miedos, frustraciones y demonios...

 

Un lugar donde estar seguro bajo tu protección...

si te besara la nuca, estaría esperando un susurro tuyo...

uno que diga te quiero...

uno que diga estoy aquí.

si te besara el cabello....

estaría buscando atrapar tu olor para soportar el infinito vacío

y sensación de desesperación que habrá en los días venideros.

 

/SUSPIRO/

 

...De nuevo...

 

Si te besara en el cuello es porque estaría buscando el camino

hacia esos labios rojos...

para sentir que estoy vivo...

para sentir que hay una luz al final del camino...

por qué en una noche oscura me encuentro y no veo la salida...

 

Si te besara en la mejilla.

estaría buscando que entiendas que también estoy aquí...

aunque sin lógica y sin sentido...

estaría diciéndote que podemos caminar juntos aun en las espinas...

aun en los pantanos...

aun en lo incierto...

 

Si besara la comisura de tus ojos... oh Dios.

estaría diciéndote que valoro tu vida, tu esfuerzo... tus batallas ...

tu lucha constante...

valiente guerrera.

ok, otra vez....

 

//lagrimas//

 

Si besara tus hombros no sabría qué es lo que quiero ni qué deseo...

quizás solo buscaría sentir tu calor... tu sudor...y respiraría sobre el

tratando de decir millones de palabras bonitas

para que no tengas que partir…

 

//respiraciones agitadas ///

 

NO no..nooo…

 

SOLTAR…

 

si besara tus manos… seria para decirte que encontré el caminho –

que luché con mis demonios y los vencí

para decirte que, a pesar de todo, esta vez será más divertido...

para decirte que las barreras para ti siempre estuvieron derribadas...

las puertas forzadas y mi alma desnuda...

 

//sé que ya la viste//

 

Si besara tus dedos.... estaría buscando el adiós...

el último adiós...

pues el camino se ha terminado...

y ya no existe 

si tan solo entendiera mi alma todo lo que dije...

antes que empiecen a sangrar nuevamente todas las heridas,

antes que tengamos que odiarnos y desearnos a la vez,

antes que llegue el hastío y el aburrimiento...

 

... recuerdame mientras me olvidas...

 

... té

 

 

10.08.25

Um filme...

Foureaux

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Pigmaleão ou Pigmaleão (grafia menos correta, tendo em conta a etimologia do latim Pygmalion, -onis, do grego Pugmalíon, -onos), na mitologia grega, foi um rei da ilha de Chipre, que, segundo Ovídio, poeta romano contemporâneo de Augusto, também era escultor e se apaixonou por uma estátua que esculpira ao tentar reproduzir a mulher ideal. Ele havia decidido viver em celibato na ilha por não concordar com a atitude libertina das mulheres dali, conhecidas como cortesãs. Até aqui, copiei da Wikipedia. O mito rendeu várias apropriações, como uma telenovela com Tônia Carrero (Pigmalião 70). História que costuma confundir. Penso que Sweet bird of youth, do Tennessee Williams, também pega carona no mito. Não há dúvida sobre o fato de que Fialho de Almeida, em seu conto “O funâmbulo” também passou os olhos – ou a imaginação! – pelo mito. De uma ou de outra forma, o que me traz à memória o mito é uma pequena passagem de um filme delicadíssimo e, simultaneamente, denso, pesado, forte, contundente. Um soco no estômago. O enredo narra a história, ou um passo dela, de um funcionário público britânico nos anos 50 do século 20. O plot: um burocrata do departamento de obras que descobre ter um câncer em estado terminal. O momento-chave para mim, no que diz respeito ao mito, é a conversa que ele tem com um ex-funcionária do departamento que coordenava. O diálogo, quase um solilóquio, na verdade, abre esta brecha, mas não é tudo no filme. Toda a história é uma sequência de lições e fragmentos de sofismas sobre a existência, as relações, o sentido de tudo. A narrativa flui, a certa altura, por flashbacks do protagonista. As demais personagens são como espectros que rondam a cabeça do protagonista que disto se dá conta logo depois do citado “diálogo”. A delicadeza contundente do filme é de uma elegância e de uma clareza impecáveis. As atuações seguem o mesmo caminho. Vi o filme sob estado de alerta. Chegando aos 70 este tipo de pensamento me ocorre sem sustos. O sentido de existir pode se desvelar num átimo inesperado, pelas razões mais diversas, e as consequências são, por natureza, inesperadas. A descoberta que se tem pouco tempo de vida – isso, a cada dia, parece estar mais distante do rol de “preocupações” do ser humano – pode causar as diversificadas elucubrações. Os recursos da medicina, hoje, retroalimentam a ilusão de que a longevidade é algo que beira a perfeição. Que ilusão. A materialidade da existência é irrecorrível em sua finitude. A fé pode sustentar certa consciência, mas a certeza do fim – pelo menos de uma “etapa” – é inescapável. Não há mais o que dizer. Veja o filme e tire suas próprias conclusões.

Ah... para quem gosta deste tipo de informação (estas também foram copiadas da Wikipedia), Living, nome original do filme, é um longa-metragem de drama britânico lançado em 2022, dirigido por Oliver Hermanus, a partir de um roteiro de Kazuo Ishiguro, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2017, adaptado do filme japonês de 1952, Ikiru, dirigido por Akira Kurosawa, que por sua vez foi inspirado na novela russa de 1886, A morte de Ivan Ilyich, de Tolstoi.

Living_poster.jpg

02.08.25

Quem planta... colhe!

Foureaux

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Li o texto que segue numa postagem de Instagram. Na pressa de salvar, esqueci de copiar a fonte. Compartilho mesmo assim, sem acrescentar sequer uma vírgula...

“Um preso condenado à pena de morte a aguardar pela execução, pediu como último desejo um lápis e papel. Após escrever por vários minutos, o condenado chamou o guarda prisional e pediu que essa carta fosse entregue à sua mãe biológica.

A CARTA DIZIA...

Mãe, se houvesse mais justiça neste mundo seríamos os dois executados e não apenas eu. És tão culpada quanto eu sou pela vida que tenho levado.

LEMBRA quando roubei e levei pra casa a bicicleta de um menino como eu?

Você me ajudou a escondê-la para que meu pai não descobrisse.

LEMBRA quando roubei dinheiro da carteira do vizinho?

Você foi comigo gastá-lo no centro comercial.

LEMBRA quando discutiu com meu pai e ele foi embora?

Ele só queria corrigir-me por eu ter roubado o resultado final do curso que acabei sendo expulso.

Mãe, eu era só uma criança, pouco tempo depois tornei-me um adolescente problemático e agora sou um homem bastante mal formado.

Mãe, eu era apenas uma criança que precisava de correção e não de aprovação. Mas mesmo assim eu te perdôo!

Só peço que faça essa carta chegar ao maior número de pais do mundo, para eles saberem que o que faz todos os homens se tornarem pessoas do bem ou do mal... é a EDUCAÇÃO.

Obrigado mãe, por me teres dado a vida e por me ajudares a perdê-la.

Ass: O teu filho delinquente.”

REFLEXÃO:

Quem se nega a castigar seu filho, não o ama. Quem o ama não hesita em discipliná-lo. (Provérbios 13: 24)

A educação é a arma mais poderosa que tu pode usar para mudar o mundo (Nelson Mandela)

Educação e repreensão começam nos primeiros anos da infância e duram até o último dia de vida (Pitágoras)

Educar as crianças, para que não seja necessário punir os adultos (Pitágoras)

 

27.07.25

Pretensão

Foureaux

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Será muita pretensão de minha parte publicar um poema meu junto a um poema de Mario Benedetti? A dúvida persiste. No entanto, hoje, quando li o do poeta uruguaio, resolvi juntar o que escrevi ontem, durante a manhã, de estalo. Vou ficar na dúvida, mesmo que haja quem diga que não.

Que dure lo que tenga que durar.

Que dure meses, días o años,

que dure uma vida entera,

que dure la eternidade,

que dure um segundo

que dure um sussurro

pero que sea contigo

(Mário Benedetti)

............................................................................................. 

os anéis já não repousos em meus dedos engelhados

será a marca deixada pelo tempo

ainda que os olhos

atentos

não percebam a mudança

o fluxo constante de passagem que evolui

e cessa entre um piscar de olhos

e a lágrima que seca

(Foureaux)

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25.07.25

Um poema

Foureaux


E Capital LetterCopiei e colei o texto do poema que segue de uma página da internete. Não sei se a disposição veraz dos versos é essa que aqui está. Também não sei se a ausência de pontuação é mesmo da lavra do poeta português. Vi este poema declamado por um gajo a quem “sigo” numa página do youtube (ah... se eu me lembrasse do nome da dita cuja...). Gostei. Compartilho, sem comentários.

 E por vezes as noites duram meses

E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos   

E por vezes

encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes

ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos

E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos

(David Mourão-Ferreira, Matura Idade, 1973)

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21.07.25

Poesia

Foureaux

Morreu uma filha de um homem. Ambos são conhecidos.  Morte não se celebra, nem se critica, muito menos se politiza. Deixando de lado polêmicas e ignorâncias, resolvi fazer uma postagem com este poema do homem que perdeu a filha. Ao ler o título saberão o nome de ambos. Apesar de não mais gostar, como antes, do homem e muito menos da filha (os motivos não são de interesse público porque opinião é coisa de foro íntimo, por princípio), reconheço o talento do homem e de sua poesia. Fica a homenagem, com a chuva de sentidos ensopando a mente de quem for capaz de “ler”. Uživati!

 

Drão
O amor da gente é como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar, ressuscitar no chão
Nossa semeadura

Quem poderá fazer aquele amor morrer?
Nossa caminhadura
Dura caminhada
Pela estrada escura

Drão
Não pense na separação
Não despedace o coração
O verdadeiro amor é vão
Estende-se infinito, imenso monolito
Nossa arquitetura

Quem poderá fazer aquele amor morrer?
Nossa caminhadura
Cama de tatame
Pela vida afora

Drão
Os meninos são todos sãos
Os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confissão
Não há o que perdoar
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão

Quem poderá fazer aquele amor morrer?
Se o amor é como um grão
Morre, nasce trigo
Vive, morre pão

Oh, oh
Drão
Drão
Drão

  

12.07.25

Morte

Foureaux

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Dizem que Santo Agostinho é o autor do poema que segue. Não sei dizer. Não sou capaz de comprovar. Em todo caso, a força e a beleza das palavras são suficientes para valer a postagem. Este texto foi usado numa cena delicadíssima de uma novela cujo nome não me recordo, estrelada por Antônio Fagundes. Foi sua interpretação – disponível na “rede” – que me tocou hoje pela manhã, quando rebei mensagem da querida e saudosa Suzana (tenho que visitá-la da próxima vez que a Belo Horizonte for...). A ideia é fazer pensar, com força, beleza e fé. Uživati! (Que desfrutem, em Croata).

“A morte não é nada.

Eu somente passei

para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.

O que eu era para vocês,

eu continuarei sendo.

Me deem o nome

que vocês sempre me deram,

falem comigo

como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo

no mundo das criaturas,

eu estou vivendo

no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene

ou triste, continuem a rir

daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.

Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado

como sempre foi,

sem ênfase de nenhum tipo.

Sem nenhum traço de sombra

ou tristeza.

A vida significa tudo

o que ela sempre significou,

o fio não foi cortado.

Por que eu estaria fora

de seus pensamentos,

agora que estou apenas fora

de suas vistas?

Eu não estou longe,

apenas estou

do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,

a vida continua, linda e bela

como sempre foi.”

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