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As delícias do ócio criativo

As delícias do ócio criativo

Setembro 21, 2024

Foureaux

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Na véspera do dia mais bobo da semana, pensei em escrever alguma coisa no blogue. Faz um tempinho que não escrevo nada... Não vou me justificar. Na verdade, resolvi escrever por conta do texto que segue. A resolução se deve ao fato de ter ficado sabendo, sete dias depois, da morte de um amigo querido, o Zezito. Ele vivia em Teófilo Otoni. Conheci-o há mais de trinta anos e tinha com ele uma relação de amizade sincera, profunda, prazerosa. Morreu de repente. Um coágulo numa das artérias. Sentiu-se mal. Chamou uma amiga e vizinha. Foi para o PA da unimed naquela cidade. E... foi-se. Que triste. a gente estuda, pensa, reza e, na hora H, é o mesmo choque. Por isso, essa postagem. Por isso, o texto que segue que li numa postagem de outro amigo muito querido o Gerson...

“A dor da perda nunca desaparece; ela apenas se transforma. Com o tempo, aprendemos a conviver com ela, a aceitar que a ausência de alguém que amamos será sempre uma presença em nossas vidas. Mas a dor também nos ensina a valorizar cada momento, cada segundo que passamos com aqueles que ainda estão conosco. E, de alguma forma, ela nos aproxima da nossa própria mortalidade, lembrando-nos que tudo o que temos é o agora.”

– C.S. Lewis, A Anatomia de uma Dor

 

Novembro 15, 2023

Foureaux

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Mexendo nos arquivos do computador, encontrei o texto que segue. Era para ter sido postado no Dia de Finados, mas não o fiz. Já não me lembro o porquê. Provavelmente, preguiça, pra variar... De qualquer maneira. Gostei tanto dele que trago aqui hoje. O autor é poeta português de mais que boa cepa. É cardeal, se não me engano...

“Sobre a amizade

O modo como uma grande amizade começa é misterioso. Podemos descrevê-lo como um movimento de empatia que se efetiva, um laço de afeição ou de estima que se estreita, mas não sabemos explicar como é que ele se desencadeia. Irrompe em silêncio a amizade. Na maior parte das vezes, quando reconhecemos alguém como amigo, isso quer dizer que já nos ligava um património de amizade, que nos dias anteriores, nos meses anteriores, como escreveu Maurice Blanchot, “éramos amigos e não sabíamos”. Aquilo de que uma amizade vive também dá que pensar. É impressionante constatar como ela acende em nós gratas marcas tão profundas com uma desconcertante simplicidade de meios: um encontro dos olhares (mas que sentimos como uma saudação trocada entre as nossas almas), uma qualidade de escuta, o compartilhar mais breve ou demorado de uma mesa ou de uma conversa, um compromisso comum num projeto, uma qualquer ingénua alegria… A linguagem da amizade é discreta e ténue. E, ao mesmo tempo, é inesquecível e impressiva.”

José Tolentino Mendonça

Outubro 22, 2023

Foureaux

No Houaiss, encontramos algumas acepções para o verbete “amizade”, dentre elas: substantivo feminino; sentimento de grande afeição, simpatia, apreço entre pessoas ou entidades; derivação, por metonímia, quem é amigo, companheiro, camarada; concordância de sentimentos ou posição a respeito de algum fato; acordo, pacto, aliança; apego de alguns animais ao homem. Em uso informal, atitude de benevolência, dentre outros. Isso me veio à mente quando li o trecho que segue, retirado de um livro interessante que acabei de ler: Amor, amizade, sexo & felicidade, de autoria do médico Alessandro Loiola. Não sei se ele tem mesmo um título de doutor (com tese defendia!), por isso não coloco o “Dr.” ‘à frente de seu nome! De qualquer maneira, no livro referido, há uma passagem sobre amizade que me chamou a tenção positivamente. Compartilho com quem se interessar. Se não gostarem, não posso fazer bada. Eu gostei! Segue o trecho:

“Se a razão é sempre escrava de Eros, como afirmou Hume, e a amizade é uma forma de paixão, pode acontecer de os caminhos da amizade passarem longe da sensatez: ao contrário do casamento e das relações de trabalho, que são moldados a partir de normas sociais e possuem papéis definidos, a amizade não tem um “contrato” ou instruções predeterminadas para vicejar. Criamos nossas amizades a partir de quem somos, de nossos autointeresses e necessidades mais íntimas, sem que um molde universal possa ser aplicado a esta dinâmica. Assim, na mesma medida em que uma amizade representa uma ferramenta de crescimento e fortalecimento, ela pode tornar-se igualmente autodestrutiva. Como me;ncionado, um amigo torna-se um espelho, e os julgamentos oriundos da amizade influenciam nossas ideias e atitudes. Um comportamento reforçado positivamente por alguém a quem consideramos um amigo tende a ser intensificado ou repetido; um comportamento considerado condenável tende a ser suprimido. Se este jogo de tensões for desfavorável, os desdobramentos podem ser terríveis. Um exemplo de como as coisas podem dar muito errado atende pelo nome de Folie à Deux.

Também conhecida como “insanidade comunicada”, “insanidade contagiosa”, “delírio de  infestação  parasitária”, “insanidade  de transferência”, “psicose de associação”, “loucura dupla'', “transtorno delirante induzido” e “transtorno psicótico compartilhado”, a Folie comumente· envolve duas pessoas, mas pode se espalhar para muitas outras – os casos de alucinação coletiva seriam um bom protótipo disso, como retratado no filme A Vila (2004), assim como demonstrações extremas de religiosidade e rituais de suicídio em massa como os ocorridos na Guiana (909 mortos no culto Pef Ple 's Temple em 1978), no Japão (7 mortos na Igreja Amiga da Verdade em 1986), no Canadá (48 mortos na Ordem do Templo Solar em 1994), na Califórnia (39 mortos no culto Heaven 's Gate em 1999), e em Uganda (778 mortos no Movimento da Restauração dos Dez Mandamentos de Deus em 2000).” (p. 86-87).

 

 

Julho 23, 2023

Foureaux

Dezenove dias, contados a dedo, quase a hora. Um período mais longo que o último, em novembro passado. Quatro dias a mais. O destino era o mesmo. A novidade é que o período de estadia pode aumentar. devagar e sempre. Voltar é sempre bom, mas todas as vezes que lá chego, tenho a sensação de que estou voltando para casa. Já pesei muito sobre isso, sobre esta sensação de pertencimento que ocorre, vez ou outra, alhures. Não consigo encontrar uma resposta definitiva. Isso não me aflige. Ao contrário, aumenta a expectativa da volta. O esterno retorno de que trataram tantos filósofos. Comecei, como de outra vez, a fazer um diário. Daí, pensei: os leitores serão os mesmos, pouquíssimos, mas, até prova em contrário, constantes, presentes. Mais gente deve até ler, mas não sou informado, não fico especulando. Como diz o Ney Matogrosso, ficar contando “seguidores” é muita arrogância. Eu diria idiotice. Somos do mesmo signo, o Ney e eu, mas pensamos diferente em algumas coisas. Digo isso sem empáfia, nem prepotência. Não o conheço pessoalmente. Admiro seu trabalho e seu posicionamento como homem, como artista. Penso que posso afirmar o que afirmei. Se não puder, alguém me avise. Não quero correr o risco de ser admoestado por uma opinião gratuita e inofensiva. É assim já há algum tempo e hoje, ao começar o meu sexagésimo oitavo ano de vida, reafirmo este propósito. Já, quase sete dias depois de retornado, com saudades da terrinha. Ir a Portugal e visitar suas cidades e vilas, rever os amigos que lá deixei e acredito ter é sempre um bálsamo para o espírito. Os lugares podem até se repetir. As pessoas são sempre as mesmas. Mas o prazer sempre varia, em gênero, número, grau e temperatura. Uma aventura. Toda vez que chego a Lisboa tenho a mesma sensação de quando se chega em casa depois de uma grande viagem. Por mais longa, divertida (e um pouco cansativa também: os anos pesam!) chegar em casa é sempre bom: a própria cama, o próprio chuveiro, a rotina da vidinha pouco mais ou menos que não altera em nada o prazer de viver. Pois é. É esta mesma a sensação que tenho quando chego lá em Lisboa. Uma coisa impressionante. Sempre tenho a impressão de que em outras “encadernações” já vivi por aquelas bandas. A energia que me atrai, o prazer que experimento, a identificação com cheiros, sabores, cores e circunstâncias é quase uma evidência disso. Nesta vida, por mais que ela dure, jamais saberei, mas tenho a crença, a convicção de que, de fato, já palmilhei aquela terra. Já estou atrasado com este registro que vai para o meu diário, não o virtual, o outro. Algumas fotos com pessoas queridas “da terrinha” ilustram esta postagem. A ver se os 68 que se iniciam arregimentam ânimo e inspiração para não espaçar tanto os meus registros. De lambujem, uma pequena montagem com fotos tiradas durante o jantar de lançamento de meu livro em Lisboa:

https://www.facebook.com/100078857619327/videos/825476799214756

Apresentação em Évora.jpeg

Capela do castelo de Guimarães.HEIC

Casal queridíssimo.jpeg

Castelo de Guimarães.HEIC

Com Ana Aurora.jpeg

Com Nuno.jpeg

Com o certificado.jpeg

 

Em Arraiolos.JPG

Eu.jpeg

Ifmandade N.Sra. das Dores.JPG

 

Na Casa do Infante (Porto).JPG

No lago do Santuário Bom Jesus de Braga.JPG

 

Restaurante em Cartaxo.JPG

Sala de armas do Castelo de Guimarães.HEIC

Templo de Diana.jpeg

















 

Junho 30, 2023

Foureaux

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Hoje foi dia do reencontro com Vitor e Ana Cristina, dois queridos. Pra variar, não tirei fotos. A cada dia fico mais distraído em relação às demandas da tecnologia. Apesar disso, penso que o afeto partilhado, a experiência dos momentos e seus detalhes, prescindem de documentação fotográfica. Quem partilha isso não sente falta da imagem em papel ou no ecrã, como dizem por aqui. O exercício da partilha é, por si só, gratificante. Punto i basta. O encontro foi mais que bom, claro! Conheci mais um lugar para comer bem interessante. Gulden Draak – Casa da Cerveja, na rua Andrade Corvo, em que fica a estação Picoas do metrô lisboeta. Um luxo: a estação e o bar. A decoração é muito inventiva. O atendimento descontraído, corretíssimo, uma simpatia. Não sei dos preços – fui convidado. A cerveja filtrada quatro vezes – já não me lembro do nome – é uma de-lí-cia. O hamburguer com tempero mexicano... outro acepipe. Picante na medida certa. Carne saborosa. O tiramissu de cerveja também uma surpresa agradável ao paladar. Bom. Encontro rápido, renovação de afeto, gratificação. Queria ter uma foto para ilustrar isso. O que sinto está dito. Amanhã (possivelmente) tem mais.

 

 

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