Outubro 02, 2023
Foureaux
Que eu me lembre, jamais tive político de estimação. Caso tivesse, teria sido meu pai. Ele foi prefeito da cidade em que vivemos. A estima seria pelo fato de ser meu pai e não por ser político. Isso me parece óbvio. No primeiro turno das eleições de 2016, votei em João Goulart Filho. Não sei dizer o porquê. O pai dele é uma personagem que me fascina, ou assombra. Não sei determinar. Fato é que decidi dar UTILIDADE a meu voto – ainda que eu não acredite no voto nesta terra. Já no segundo turno das mesmas eleições, não votei em nenhum dos dois candidatos. Nenhum dos dois mereceu meu voto. Estudei muito, trabalhei o suficiente, viajei e li o que foi possível para dar meu para “qualquer um”. Ainda mais tendo que escolher entre “aqueles dois”. Não. Definitivamente não. Ainda tenho, por lei, a obrigação de ir a mais duas eleições 2024 2 2026. Estou pensando seriamente em boicotar as duas. Por lei, só ganho a opção de não ir em 2026, quando completo 70 anos. Mas me nego a gastar meu tempo, minha inteligência e minha paciência para ter de enfrentar a chatice de uma sessão de votação para votar. Somos obrigados a votar. Não somos obrigados a escolher o candidato. Isso é livre, mas o voto, ele mesmo, é obrigatório. Uma chatice. Fosse opcional já teria deixado de votar há anos. Não acredito nos políticos, não aqui. Dificilmente acreditaria em outro canto do mundo. Posso estar errado, para muita gente, estou. No entanto, reservo-me o direito de pensar assim. Fico pensando, em meus delírios, se acontecesse de eu ter que me defrontar com algumas das personagens da “cena política” tupiniquim. Muito provavelmente, não estenderia a mão para o cumprimento protocolar. Fiz muito isso durante o exercício de minha profissão. Não faço mais. Não farei mais. Enquanto isso, fico reclamando do calor. Ai, ai... Isso tudo por conta da cena patética, pra não dizer nojenta, asquerosa, criminal e vexatória daquela senhora vestida de preto em seu discurso de “despedida”. Já foi tarde... A que ponto chegamos...!