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As delícias do ócio criativo

As delícias do ócio criativo

27.03.25

Triste cotidiano

Foureaux

A mulher tenta fazer crescer sua renda dando aulas de reforço em sua própria residência. Ela já trabalha em duas escolas e faz isso por conta da condição salarial que dispensa comentários... Acabou de receber mais um estudante. No correr da semana, o garoto não fez a lição proposta pela professora na escola em que estuda. A professora de reforço diz que ele tem que fazer a lição. O menino se nega. Ela insiste. O menino dá um tapa na cara da professora. Ela o coloca de castigo e telefona para os pais do garoto. A mãe vai à casa da professora e tira de lá seu filho, sem conversar com a professora. Na semana seguinte, o menino volta para o reforço. A professora pergunta o que a mãe disse a ele sobre o que acontecera. Ele disse que a mãe não disse nada. A professora liga de novo para os pais e recebe a visita deles acompanhados por uma tia do guri. A professora é agredida e o menino, segundo sua mãe, “resgatado”. Com alguma possível discrepância (estou reproduzindo a história sem consulta a fontes, nem rascunho, apenas de memória) foi isso o que aconteceu. E eu me pergunto: o que dizer disso? Partilhei no facebook um vídeo com essa notícia (tentei encontrá-lo para colocar aqui, mas já não existe... vai-se saber o porquê). Desafiei as pessoas da lista na qual partilhei o vídeo com a seguinte provocação: “quero ver quem vai dar razão aos pais”. Nenhuma, absolutamente nenhuma reação ou resposta. Isso me fez pensar que alguma coisa está errada. Não vou levar esta discussão adiante aqui. No entanto, isso também me fez pensar no fato de que estou ficando velho e menos permeável a certas idiossincrasias (para ser elegante e educado). Estou ficando velho e mais chato. Coincidência (elas existem mesmo?) ou não, deparei-me com um texto atribuído à atriz norte-americana Meryl Streep (também não fui atrás das famigeradas fontes. Pode ser que não haja possibilidade de aproximação entre os dois relatos que fiz. Pode ser. Tudo pode ser. Foro íntimo, penso que estão, de alguma maneira, em alguma medida, intrinsecamente relacionados. O livre arbítrio ainda existe e, ao que parece, não está taxado nem pode ser usado como peça de incriminação... Reproduzo o dito cujo e fico por aqui:

“Envelhecer não é para os fracos. Um dia você acorda e percebe que a juventude ficou para trás, mas com ela também se vão as inseguranças, a pressa, a necessidade de agradar. Você aprende a andar mais devagar, mas com mais certeza. Despedir-te sem medo, dar valor a quem fica. Envelhecer é soltar, é aceitar, é descobrir que a beleza nunca esteve na pele, mas na história que carregamos dentro de nós.”

23.03.25

Domingo

Foureaux

baixados.jfif

Em tempos sisudos como 0s de agora, aqui no “bananil”, infelizmente, há de se cultivar o bom humor; pelo menos, tentar cultivá-lo é mais que necessário, é urgente. As pessoas, em geral, estão muito chatas. Querem tudo preto no branco (ops...). se não é assim, é assado. só se pode fazer isso ou aquilo. Apenas duas opções. Que chatice! Meu irmão segue o pastor Cláudio Duarte. Repassou-me um vídeo em que ele recita um “poema” de cor, s em titubear, sem gaguejar, de memória (que inveja!). É mais que interessante e resolvi, neste domingo de preguiça (mais?!), dia mais bobo da semana, resolvi compartilhar... Não s ou crente, mas creio. Punto i basta!

“O Homem, a Mulher e o casamento (em prosa.)

Existem certas pessoas, carentes de entendimento. Que acham que não foi Deus, que criou o casamento.
A princípio lhes parece, não ser bem conveniente. Unir dois seres avessos
de fato, bem diferentes.
Mas nós que somos cristãos, e temos boa memória, sabemos muito bem, como surgiu essa história.
ADÃO andava ocupado, trabalhando com capricho. Se esforçando o dia inteiro, pensando nome de bicho.
Era Tigre, Porco, Tatu, Macaco, Alce, Leão.
ADÃO estava inspirado, e foi mesmo abençoado com tanta imaginação.
Também tinha reparado que todo animal macho, tinha uma fêmea do lado.
E DEUS por demais atento, sondando-lhe o coração, decidiu que era preciso dar um fim na solidão.
E disse:
- ADÃO ... filho querido, não quero te ver tão só. Far-lhe-ei por companheira, uma joia de primeira, da costela e não do pó.
E pondo DEUS em ação, aquilo que pretendia. Nocauteou nosso ADÃO, dando início a cirurgia.
E DEUS cortou-lhe o osso, pondo carne no lugar, e assim  fez a princesa e esperou ele acordar.
Quando o varão despertou, daquele sono pesado, o corte da cirurgia, já tinha cicatrizado.
E DEUS trouxe a varoa, e entregou a ADÃO, e ouviu um brado de glória, e a seguinte exclamação:
- Ela é a carne da minha carne, ela é osso do meu osso, e ADÃO foi pra “Galera”, e fez aquele alvoroço .
E a partir daquele dia, o homem bem mais ocupado, deixou pra traz muito bicho, sem nome catalogado.
E até hoje rola um papo, machista e bem corriqueiro:
- Que o homem é mais importante, porque foi feito primeiro.
Algumas mulheres se irritam e afirmam de arma em punho:
 - Que a vinda da Obra-Prima vem sempre após o Rascunho.
Mas há homens que falam e mesmo quem acredite.
Que DEUS fez ADÃO primeiro, pra EVA não dar palpite.
Mas isso é irrelevante, pro sucesso da vida à dois...
Pra ser feliz não importa...quem veio antes ou depois.
Porque Deus fez tudo perfeito e discorde quem quiser, mas o melhor da Mulher é o Homem... E o melhor do Homem é a Mulher !
AMÉM!”

Davi Moraes (?)

PS: A interrogação é por conta da dúvida acerca da autoria...

22.03.25

Cinema

Foureaux
 
Um homem importante é assassinado. Cinco rapazes são o repontáveis. Com firmeza, três deles são capturados e presos. Junto deles, uma senhora, a dona da pensão onde o grupo se encontrava a convite de seu próprio filho, que desaparece, até ser encontrado pelo advogado de defesa da mãe. Aos poucos vai-se tomando ciência de que se trata de um plano pensado e organizado e executado sem a inteira consciência da dona da pensão e de sua filha. Ela sabia do que se tratava, mas não participa do plot. Tempo passa e um inquérito militar e instaurado com a finalidade precípua de incriminar os quatro presos, inclusive a dona pensão, que não participou efetivamente de nada. Advogados tentam um júri, mas os militares negam. O “julgamento” transcorre como soe acontecer nesse caso: tendenciosamente. Não vou dizer como termina essa “historinha”, só digo que fiquei horrorizado, enojado, envergonhado, triste e mais descrente, sobretudo com a “natureza humana”. À veze, penso que não somos dignos de ser o que/como somos... Estou a falar de um filme, quase obviamente: The conpirator, 2010, sob a direção de Robert Redford. Em Português, encontrei duas versões: Conspiração americana e Os conspiradores. A escolha é livre...Um filme forte, impactante e sério. Faz pensar obre caráter, intenção, ideologia e interesse. O assassinato de Abraham Lincoln é o núcleo do plot da película. Vale muito a pena. Intensificou o que venho pensando sobre a atualidade em que “vivemos”. A personagem, a trama, o interesse e, sobretudo, a falta de qualquer senso de realidade, de vergonha e de moral, em boa parte dos casos. Uma tristeza profunda se junta à já famigerada síndrome de Macunaíma que me assola. Já, a esta altura, que me constitui. Que o fim de semana de quem me lê seja tranquilo, divertido e... o que mais for de interesse de cada um. Evoé!
21.03.25

Publicação

Foureaux
 
No dia 27 de março próximo passado (adoro essa expressão), defendi minha tese de doutoramento em Letras – Literatura Comparada, no Programa Pós-Graduação em Letras - Estudos Literários, da UFMG. Trinta anos se passaram. Três das professoras que compuseram o júri, que eu saiba, já faleceram: Eneida Maria de Souza, Vera Lúcia Andrade (des)orientadora e Maria Luíza Ramos. As três da mesma universidade que me outorgou o título. As duas outras arguidoras eram de outras universidades: Lúcia Helena Vilela (não tenho certeza de ser este mesmo seu nome), da UFF e Margarida de Aguiar Patriota, da UnB. Esta tinha sido minha orientadora de Mestrado, mas não pode presidir o júri da defesa, então (1988), por conta de um acidente doméstico que acometeu seu, então, marido. Fiz questão de sua presença no júri do doutoramento. Para minha alegria e gratificação, estas duas professoras fizeram uma arguição em regra, com debate primoroso, provocações e questionamento que tomaram duas das seis horas e meia de duração de todo o processo. Quanto às outras duas arguidoras, reservo-me o direito de não dizer nada. A história desse doutoramento é um tanto dolorosa, mas gratificante, na medida em que isso seja possível. Assim endo, hoje, coroa-se um ciclo que levou trinta ano: a publicação de um extenso ensaio escrito a partir do texto da tese. Não levei trinta ano para escrevê-lo, mas na conclusão destes mesmo trinta anos alegro-me com a publicação do livro. Parece que a editora (CRV) de Curitiba, disponibiliza o e-book para venda na Amazon. Não é mais o texto da tese, por óbvio. Trata-se de um extenso ensaio que se debruça sobre quatorze romances lidos para consolidação do corpus da tese: A menina mortaFronteira e Dois romances de Nico Horta, de Cornélio Penna; A crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardo; Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres A paixão segundo GH, de Clarice Lispector; As parceirasA asa esquerda do anjoReunião de famíliaO quarto fechado e Exílio, de Lya Luft. A ideia é estabelecer o parâmetro mínimo necessário para a consolidação de um conceito: o de romance intimista, no âmbito de um intervalo da série histórica da Literatura Brasileira, notadamente aquela produzida pelos quatro autores selecionados, que publicaram os respectivos romances entre a década de 30 e a década de 80 do século passado. Gosto muito deste trabalho. Gostei de revisitar a tese e transformá-la num ensaio. Este gênero de escrita, o ensaio, é fonte de prazeres que a escrita de uma tese impede e condena. No âmbito da síndrome de Macunaíma que não tem cura em mim, quis apenas destacar o fato que me dá uita alegria. Tomara que alguém se digne a ler o livro...
10.03.25

Impacto

Foureaux

Acabei de ler o poema que segue. Impactado. Resolvi compartilhar, sem mais palavras.

Quiéreme entera

[Poema - Texto completo.]

Dulce María Loynaz

Si me quieres, quiéreme entera,
no por zonas de luz o sombra…
Si me quieres, quiéreme negra
y blanca. Y gris, y verde, y rubia,
y morena…
Quiéreme día,
quiéreme noche…
¡Y madrugada en la ventana abierta!

Si me quieres, no me recortes:
¡Quiéreme toda… O no me quieras!

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