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As delícias do ócio criativo

As delícias do ócio criativo

26.12.24

Fim de ano

Foureaux

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A postagem de hoje, provavelmente a última do ano (mão posso garantir... a gente nunca sabe o que o próximo segundo de tempo nos reserva!) é a reprodução literal de um texto que, depois de ouvido num áudio enviado pela querida amiga Suzana, foi encontrado numa consulta (mais uma!) que fiz ao famigerado Google (O_DEUS_DE_SPINOZA.pdf). Trata-se de um texto (não posso garantir acadêmica e/ou cientificamente a veracidade de minha própria afirmação!) supostamente de autoria de Baruch Spinoza, ou Bento Spinoza (se traduzido o prenome). Trata-se de filósofo racionalista (posso estar equivocado, claro). Sua visão de mundo é hiper peculiar, como soe acontecer a boa parte dos filósofos. Neste caso, o teor do texto pode assustar e, até, ofender alguém. Corro o risco. Ouso afirmar que penso muito proximamente como ele, no que tange ao teor de seu raciocínio implícito neste texto. Se não estou em equívoco, Deus, para o filósofo é a própria substância da existência, da natureza. O mais, a levar em conta o que Spinoza diz neste texto, é "invenção" - para usar o termo genérico e não totalmente eficaz/eficiente, mas plausível. Deus É e Está. Punto i basta! Como o ano finda e neste contexto as revisões, reflexões e planejamentos tornam-se uma espécie de palavra de ordem, partilho com vocês (espero”) o prazer desta leitura que calou fundo em mim. Ainda em tempo: boas festas para quem me lê!

PS: reproduzo literalmente, sem correções, o que encontrei numa página da rede...)

O DEUS DE SPINOZA

Estas palavras são de Baruch Spinoza, filósofo holandês que viveu em pleno séc. XVII. Este texto foi chamado de “Deus segundo Spinoza” ou “Deus Falando com você”:

“Para de ficar rezando e batendo no peito. O que eu quero que faças é que saias pelo mundo, desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti. Para de ir a estes templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nas praias. Aí é onde eu vivo e expresso o meu amor por ti. Para de me culpar pela tua vida miserável; eu nunca te disse que eras um pecador. Para de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar dos teus amigos, nos olhos de teu filhinho... não me encontrarás em nenhum livro... Para de tanto ter medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem me incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor. Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te castigar por seres como és, se sou Eu quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos os meus filhos que não se comportam bem pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso? Esquece qualquer tipo de mandamento, são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti. Respeita o teu próximo e não faças aos outros o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida; que teu estado de alerta seja o teu guia. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno. Para de crer em mim ... crer é supor, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho de mar. Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, da tua saúde, das tuas relações, do mundo. Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar. Para de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, dentro de ti.”

Obs. Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu: – a “Acredito no Deus de Spinoza que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa em premiar ou castigar os homens”.

Gentilmente enviado por e-mail pela minha querida prima Mirtia. Agnósticos como eu tem no Deus de Spinoza um deus para honrar de verdade, pois, pode-se assegurar que, científica e filosoficamente, ele existe já que somos parte dele, bem diferentemente de outros “deuses” – criados da imaginação e dos terrores ao longo da história da Humanidade – que serviram e vem servindo a aproveitadores como cruel instrumento de intimidação e coação mental para se manterem no poder e, assim, fruírem de sua “importância”.

Manfredo Winge – http://mw.eco.br/zig/hp.htm

Confraria democrática do bom senso

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Glossário Geológico Ilustrado

SIGEP Sítios Geológicos e Paleobiológicos do Brasil

“Aqueles preocupados com o custo da educação deveriam antes considerar o custo da ignorância”. Derek Bok, ex-Reitor da Universidade de Harvard (foi-me enviado por e-mail)

23.12.24

Boas festas!

Foureaux

 

Minha mensagem de Natal é um texto repassado por uma amiga, a Suzana, que me enviou pelo WhatsApp. Não conheço a autora, mas gostei do texto.

Boas festas!

“A origem dos símbolos do Natal

Uma toalha vermelha com sinos bordados nas laterais estendidas sobre a mesa marcava o início das comemorações de Natal. Para minha avó, que ficou órfã aos 6 anos de idade, ter toda a família reunida em sua casa trazia um significado especial. Queríamos ajudar com os preparativos, mas ela insistia que estava tudo tranquilo apesar do alvoroço: pernil sendo assado, minipães de batata esperavam o momento certo de serem levados para a mesa, salpicão sendo finalizado com batata-palha, nozes com casca espalhadas pela casa e todos procurando pelo quebra-nozes que se perdia a todo instante. Vovô era o primeiro a se sentar e adorava abrir o queijo do reino que vinha em uma lata vermelha - linda, diga-se de passagem. Algum parente ligava e quem estava mais perto do telefone, atendia. Só escutávamos respostas curtas: “Tudo em dobro pra vocês!”, “Deus abençoe!”.  A ligação durava pouco. “Era Fulana!” avisava-se à todos, repassando os desejos de boas festas. Os netos arrumavam o presépio esperando o relógio marcar meia-noite para a chegada do Papai Noel. Sempre me intrigou a imensa sorte que tínhamos dele passar exatamente nesse horário na casa da minha avó… Memórias de infância são deliciosas!

O tempo vai passando e com ele parte da magia. Lembro da minha decepção ao entender que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro. Provavelmente tenha sido em abril, dizem as análises mais aprofundadas dos fatos. A escolha da data foi ratificada no século IV, com a consolidação da Igreja Católica em Roma. Como não se sabe ao certo o dia em que Jesus nasceu, essa foi uma forma de cristianizar as festas romanas, dando-lhes uma nova simbologia. Aliás, a festa de Natal tem suas raízes em festas pagãs que eram realizadas na antiguidade. Nessa data, os romanos celebravam a chegada do inverno. Eles cultuavam o Deus Sol e ainda realizavam dias de festividades com o intuito de renovação. Outros povos da antiguidade também celebravam a data, seja pela chegada do inverno ou pela passagem do tempo.

Com o Natal surgiram vários sinais representativos dessa comemoração festiva, cada qual com um significado distinto e com origem pagã ou religiosa. O presépio surgiu no século XIII, na Itália, em uma tentativa de São Francisco de recriar a cena do nascimento de Jesus para explicar ao povo como teria acontecido. Depois, cada vez mais a montagem do presépio tornou-se uma tradição forte e passou a ser montado nas casas, nas igrejas e em diversos locais durante o ciclo do Natal.

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O presépio simboliza a união do divino com o terreno, afinal reúne pessoas, animais e a figura de Deus. Ainda no campo religioso, anjos usados na decoração do Natal remetem a São Gabriel, o arcanjo que anunciou à Maria que ela seria mãe de Jesus.

Os três reis magos foram à procura de Jesus para adorá-lo e levar-lhe presentes. Essa tradição religiosa também inspira o costume de troca de presentes no Natal, embora hoje o comércio tenha dado novos significados a essa prática. Já as estrelas no topo das árvores de Natal são o sinal seguido pelos reis magos para encontrar o lugar onde Jesus tinha nascido.

O costume de decorar árvores vem de tradições antigas europeias e ganhou força na Alemanha Medieval. Lá, as pessoas montavam a "árvore do Paraíso", inspirada no Jardim do Éden, e a enfeitavam com maçãs e frutas. Mais tarde, outros enfeites foram adicionados. Martinho Lutero, no século XVI, foi um dos primeiros a usar velas para iluminar a árvore. Com o tempo, essas tradições deram origem às árvores de Natal que conhecemos hoje. Como o Natal acontece no inverno europeu, o pinheiro é a árvore mais usada nessa celebração por resistir ao frio, simbolizando esperança e paz, assim como Jesus para os cristãos.

Se a árvore é o símbolo mais emblemático, o Papai Noel é o personagem mais conhecido da festa. Sua figura é inspirada em São Nicolau, um bispo turco que viveu na antiguidade. Ele teria ajudado um homem miserável, pai de três filhas, que não tinha condições de sustentá-las e pagar o dote de seus casamentos. Para ajudá-lo, às escondidas, Nicolau doou sacos com moedas para o homem necessitado. Esse feito popularizou o bispo, e fez com que ele passasse a representar a generosidade associada à época natalina. Com o tempo, e através de escritores como Washington Irving (1783–1850) e campanhas publicitárias, a figura de São Nicolau ganhou novas características e deu lugar ao Papai Noel como hoje conhecemos. Em vez de moedas, o bom velhinho deixa presentes às crianças que se portam bem ao longo do ano.

A ceia também tem origens em festas antigas e medievais da Europa. Ela está ligada à celebração do solstício de inverno e da Saturnália, um importante festival romano celebrado em dezembro. Ela simboliza a união e a confraternização das famílias.

Embalados por esses símbolos, preparem a trilha sonora para este Natal. “Noite Feliz” não pode faltar! Escrita pelo sacerdote austríaco Joseph Mohr que diante do órgão estragado de sua paróquia, decidiu compor um canto simples que poderia ser interpretado no violão na Missa do Galo. Bem, toda esta descomplicação a tornou a música natalina mais popular e traduzida em 330 idiomas!

Desejo uma semana de preparativos e mergulhada na magia do Natal. Por aqui, estamos todos concentrados para entregar nosso melhor para sua família através das encomendas! E se você ainda precisa resolver os últimos presentes, podemos te ajudar com caixas de antepastos, azeites e vinhos! Ahhhh… que coisa boa essa preparação!

Com carinho,

Carol”

 

05.12.24

Desesperança

Foureaux

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Em tempos de Natal, ou, mais acertadamente, de Advento, os dois textos que seguem tangenciam o tema. Numa tentativa de contextualizar a minha desesperança, o meu ceticismo, minha tristeza, minha vergonha e minha raiva, uso os dois para favorecer a possibilidade de tentar manter o espírito elevado, numa terra de ninguém e que se transformou isso a que chamam de país... Espero que consigam tirar proveito dos textos, porque de minhas ideias e da situação em que estamos, não há como...

Texto do Cardeal José Tolentino Mendonça 

“Sobre a amizade

O modo como uma grande amizade começa é misterioso. Podemos descrevê-lo como um movimento de empatia que se efetiva, um laço de afeição ou de estima que se estreita, mas não sabemos explicar como é que ele se desencadeia. Irrompe em silêncio a amizade. Na maior parte das vezes, quando reconhecemos alguém como amigo, isso quer dizer que já nos ligava um património de amizade, que nos dias anteriores, nos meses anteriores, como escreveu Maurice Blanchot, ‘éramos amigos e não sabíamos’.

Aquilo de que uma amizade vive também dá que pensar. É impressionante constatar como ela acende em nós gratas marcas tão profundas com uma desconcertante simplicidade de meios: um encontro dos olhares (mas que sentimos como uma saudação trocada entre as nossas almas), uma qualidade de escuta, o compartilhar mais breve ou demorado de uma mesa ou de uma conversa, um compromisso comum num projeto, uma qualquer ingénua alegria… A linguagem da amizade é discreta e ténue. E, ao mesmo tempo, é inesquecível e impressiva.”

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Rezas Antigas Portuguesas

Não tenho notícias sobre a autoria)
Quando pedires alguma coisa a Dezembro, pede que te traga presentes que não se vendem em lojas: um ‘gosto muito de ti’, um ‘obrigada por existires’, um ‘estou aqui para ti, sempre’.
Quando pedires alguma coisa a Dezembro, pede que te traga de presente abraços apertados, gargalhadas altas, colo de quem mais amas, mãos dadas o ano inteiro, ombros que te seguram, corações onde podes morar sem prazo de validade.
Quando pedires alguma coisa a Dezembro, pede que te traga de presente olhos que brilham por ti e para ti, palavras que te protegem e cuidam como sol em dias frios, os pequenos nadas que valem tudo na vida, o essencial que ocupa, sem pesar, o lado esquerdo do peito, e o fermento da alegria que faz a vida valer a pena.
Quando pedires alguma coisa a Dezembro, pede que te ensine a viver de peito aberto e a acreditar - sem mas - que há uma luz ao fundo do túnel para cada escuridão que tiveres de enfrentar.

01.12.24

Tristeza

Foureaux

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Estou triste. Muito triste. O país em que vivo passa por uma série de situações criadas por um descalabro moral, espiritual e material. A desfaçatez e a arrogância têm-se tornado ordem do dia para demonstração de conhecimento, poder e autoridade. Ledo engano. Nada disso é como parece ser. Estou triste porque vejo manifestações de pessoas a quem quero muito e a quem quero pouco, compactuando com o referido descalabro. Uma decepção. Como é que é possível negar FATOS? Por mais que eu não goste de quem os aponta? Não deixam de ser fatos. Pensando assim, decidi partilhar dois textos que falam de morte. Na tentativa, vai expressa minha impressão de que, talvez, a morte seja uma situação mais desejável do que a emporcalhada realidade que nos é disponibilizada. Infelizmente...

“Se eu morrer antes de você, faça-me um favor.
Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar, não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam.
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.
Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles.
Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase:
'- Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus!'
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele.
E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele.
Você acredita nessas coisas?
Sim? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Eu não vou estranhar o céu. Sabe por quê? Porque ser seu amigo já é um pedaço dele!

(Pe. Zezinho)

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Como é por dentro outra pessoa

Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.

Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.
1934

(Poesias Inéditas [1930-1935]. Fernando Pessoa. [Nota prévia de Jorge Nemésio]. Lisboa: Ática, 1955.

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