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As delícias do ócio criativo

As delícias do ócio criativo

Setembro 28, 2024

Foureaux

porco.jfif

Até domingo que vem (e de dois em dois anos, como já é costume... infelizmente) a toada é a mesma. A gente ri de nervoso... penso eu!

CAMPANHA ELEITORAL (MAVIAEL MELO)

Um Senador do Estado

Passou dessa pra melhor

Ou pra outra bem pior

Eu vou relatar o passado:

Chegando o pobre coitado

Na porta do firmamento

São Pedro disse: um momento

Tenha calma, cidadão!

Faça aqui sua opção

E assine o requerimento

 

Pois aqui tem governia

Tudo está no seu lugar

E você vai optar

Onde quer passar o dia

Depois com democracia

Me dará sua resposta

Fazendo a sua proposta

De ir pra o Céu ou pro Inferno

Viver de túnica ou de terno...

Do jeito que você gosta!

 

E então o senador

Assinou a papelada

Descendo por uma escada

Entrou num elevador

E desceu com o assessor

Para o inferno conhecer

Para depois escolher

Onde queria morar

E qual seria o lugar

Que escolheria viver

 

E no inferno ele viu

O campo todo gramado

Verdinho bem arrumado

Como os que tem no Brasil

Um homem grande e gentil

Disse-lhe: eu sou o Cão

Muito prazer meu irmão!

Aqui você é quem manda

E deu ordens pra que a banda

Tocasse outro baião

 

Encaminhou a visita

Para uma mesa repleta

Uma assessoria completa

Num alpendre em palafita

Uma assistente bonita

Cerveja, uísque e salgados.

Dinheiro pros carteados

Charutos bons e cubanos

Foi relembrando dos anos

E dos acordos fechados

 

Encontrou com os amigos

Dos tempos áureos de glórias

Relembrando as histórias

Que já haviam esquecidos

Uísques envelhecidos

Não paravam de chegar

Parecia um marajá

Jogando cartas e fumando

Mas já estava chegando

A hora dele voltar.

 

E então no elevador

Ele tornou a subir

Para então se decidir

E finalmente propor

Mas no céu o senador

Vê um cenário de paz

Com um sereno assaz

Anjinhos tocando lira

São Pedro disse confira

Escolha e não volte atrás

 

Era um silêncio danado

Sem uísque e sem cerveja

No máximo uma cereja

E ele já agoniado

Disse assim ressaqueado

Já tomei minha decisão

Quero ir morar com o Cão

Pois lá me senti melhor

Não que aqui seja pior

É questão de opinião

 

São Pedro disse pois bem

Pode ir pro elevador

Que logo meu assessor

Fará o que lhe convém

O senador disse amém

Já pensando no sucesso

Que seria o seu regresso

Para o quinto do inferno

Lá também seria eterno

E a tudo teria acesso

 

Mas assim que ele desceu

Numa imensa alegria

Sentiu logo uma agonia

Algo estranho percebeu

Atrás desapareceu

A porta do elevador

O pobre do senador

Só via fogo e tortura

Deu-lhe logo uma amargura

Naquele cenário de horror

 

Nisso ia passando o Cão

Deu-lhe uma chibatada

Sorrindo em gargalhada

Remexendo um caldeirão

E empurrou-lhe um ferrão

Deixando a testa ferida

E ele puto da vida

Disse: rapaz sou eu

O senador! se esqueceu?

Cadê aquela acolhida?

 

Eu peguei o bonde errado

Ou o cabra se atrapalhou

E para cá me mandou

Deve ter se enganado

Meu lugar é no gramado

Jogando carta e fumando

Eu não estou lhe cobrando

Foi você que ofereceu!!!!!!!!!!!

E o uísque? se esqueceu?

E devo estar delirando

 

 

E o diabo a sorrir

Disse-lhe: seja bem-vindo

E o que estás me pedindo

Eu não vou poder cumprir

Quando estivestes aqui

Naquela ocasião

Não era outra coisa não

Também não me leve a mal

Foi campanha eleitoral

E eu ganhei a eleição.

 

Setembro 25, 2024

Foureaux

images.jpeg

O texto que segue, li-o na página de uma amiga que há tempo não encontro, pessoalmente: Rosalilia Torres Delabary. Gostei, tendo ficado, intimamente, gtocado O tempo passa e as lições ficam... Não mexi no texto. Só selecionei, copiei e colei...

UM JOVEM ENCONTRA UM MAIS VELHO E LHE PERGUNTA: 

- Lembras-te de mim? E o velho diz que não. 

Então o jovem diz-lhe que foi seu aluno. E o professor pergunta-lhe: 

- Ah, é? E que trabalho faz agora? 

O jovem responde: - Bem, sou professor. 

- Oh, que lindo como eu? diz-lhe o velho. 

- Bem, sim. Na verdade, tornei-me professora porque o senhor me inspirou a tomar essa decisão. 

O velho, curioso, pede ao jovem que lhe diga porquê. E o jovem conta-lhe esta história: 

- Um dia, um amigo meu, também estudante, chegou à escola com um relógio lindo e novo e eu roubei-o. Pouco depois, o meu amigo apercebeu-se do roubo e reclamou imediatamente com o nosso professor, que era o senhor. Então o senhor fechou a porta e mandou toda a gente levantar-se porque ia revistar os nossos bolsos um por um. Mas, primeiro, disse para nós fecharmos os olhos. Assim fizemos e o senhor procurou bolso a bolso e, quando chegou junto de mim encontrou o relógio no meu bolso e pegou-o. Ainda assim, o senhor Continuou a revistar os bolsos de todos e, ao terminar, disse: - Abram os olhos. Encontrei o relógio!

O senhor nunca me disse nada e nunca mencionou o meu nome no episódio. Nunca disse quem foi que roubou o relógio. Naquele dia, o senhor salvou-me a dignidade para sempre. Foi o dia mais vergonhoso da minha vida. Nunca me disse nada e, embora nunca me tenha repreendido ou chamado para me dar uma lição de moral, percebi claramente a mensagem. E graças ao senhor compreendi que é isso que um verdadeiro educador deve fazer. 

- Lembra-se desse episódio, professor? 

E o professor respondeu: 

- Lembro-me da situação, do relógio roubado, de ter revistado os bolsos de toda a gente na sala, mas não me lembrei de ti, porque enquanto eu vos revistava os bolsos também estava com os olhos fechados. 

Esta é a essência da decência. 

"Se para corrigir precisa de humilhar, então não sabes ensinar."

(Internet)

Para os amantes de literatura, já podem acessar ao nosso grupo de literatura no telegram: https://t.me/sobreliteraturaa

 

Setembro 22, 2024

Foureaux

sonho.jfif

Conheci Maria Amália Baraona por acaso. Entrei no gabinete e lá estava ela, acompanhada de um estudante daquela universidade (estava Em Zagreb, capital da Croácia) ensaiando umas músicas. Cumprimentei os dois e saí: tinha de fazer uma alocução no evento que tinha lugar na Faculdade de Letras, a propósito da visita de uma professora do Piauí. Essa moça brasileira/croata/portuguesa convidou-me dias depois para jantar. Foram horas agradáveis de muita conversa, risada e cerveja. Antes de voltar ao Brasil, assisti a duas apresentações dela. Ela é cantora de bossa nova... e das boas! Li uma postagem em seu blogue hoje cedo (amaliabaraona.com). Ela escreve em inglês. Gostei. Tomei a liberdade de traduzir o que ela escreveu. Coloco aqui para deleite de quem se der ao trabalho de ler esta longa postagem. A propósito disso, junto um trecho de A vida é sonho, de Calderón de la Barca. Senti conexão profunda entre os dois textos. Creio não estar perdendo o juízo...

“Este autorretrato, tirado em Portugal há algumas semanas, realmente reflete meu estado mental recente: múltiplas camadas entrelaçadas resultando em infinitas reflexões recursivas que, no final, levam a uma dor de cabeça persistente, mas nenhuma conclusão (para registro, certifiquei-me de verificar a grafia e “reflexão” com um “x” é uma forma arcaica de “reflexão”). Após refletir, optei por escrever um post que não tem significado para ninguém além de mim, enquanto navego pelo meu estado mental perplexo. Talvez haja alguém que possa se conectar com este tópico e ache-o relacionável. Nunca se sabe...

Estou dentro ou fora?

É importante onde estou para refletir sobre o que quero? Ou são meus desejos que, em última análise, ditam minha localização em um determinado momento? Dois dias atrás, comecei a escrever este post, mas parece que minha mente não está em sincronia com meus pensamentos. Minhas ideias estão dispersas, com palavras e frases se misturando, formando uma bolha circular que me aprisiona completamente. Inesperadamente, ontem à noite, criei uma música. A melodia surgiu primeiro, com a letra logo atrás. Será que algum dia a compartilharei? Talvez... O tempo dirá. Por enquanto, terminarei minha taça de vinho e tentarei desligar meus pensamentos circulares.”

 

É certo; então reprimamos

esta fera condição,

fúria, esta ambição,

pois pode ser que sonhemos;

e o faremos, pois estamos

em mundo tão singular

o viver só é sonhar

a vida ao fim nos imponha

que o homem que vive, sonha

o que é, até despertar.

 

Sonha o rei que é rei e segue

com esse engano mandando

resolvendo e governando.

E os aplausos que recebe

vazios, no vento escreve;

e em cinzas a sua sorte

a morte talha de um corte.

E há quem queira reinar

vendo que há de despertar

no negro sonho da morte?

 

Sonha o rico sua riqueza

que trabalhos lhe oferece,

sonha o pobre que padece

sua miséria e pobreza;

sonha o que o triunfo preza

sonha o que luta e pretende,

sonha o que agrava e ofende

e no mundo, em conclusão,

todos sonham o que são,

no entanto ninguém entende.

 

Eu sonho que estou aqui,

de correntes carregado

e sonhei que em outro estado

mais lisonjeiro me vi.

Que é a vida? Um frenesi.

Que é a vida? Uma ilusão,

uma sombra, uma ficção;

o maior bem é tristonho,

porque toda a vida é sonho

e os sonhos, sonhos são.”

esoelho.jfif

 

Setembro 21, 2024

Foureaux

OIP.jfif

Na véspera do dia mais bobo da semana, pensei em escrever alguma coisa no blogue. Faz um tempinho que não escrevo nada... Não vou me justificar. Na verdade, resolvi escrever por conta do texto que segue. A resolução se deve ao fato de ter ficado sabendo, sete dias depois, da morte de um amigo querido, o Zezito. Ele vivia em Teófilo Otoni. Conheci-o há mais de trinta anos e tinha com ele uma relação de amizade sincera, profunda, prazerosa. Morreu de repente. Um coágulo numa das artérias. Sentiu-se mal. Chamou uma amiga e vizinha. Foi para o PA da unimed naquela cidade. E... foi-se. Que triste. a gente estuda, pensa, reza e, na hora H, é o mesmo choque. Por isso, essa postagem. Por isso, o texto que segue que li numa postagem de outro amigo muito querido o Gerson...

“A dor da perda nunca desaparece; ela apenas se transforma. Com o tempo, aprendemos a conviver com ela, a aceitar que a ausência de alguém que amamos será sempre uma presença em nossas vidas. Mas a dor também nos ensina a valorizar cada momento, cada segundo que passamos com aqueles que ainda estão conosco. E, de alguma forma, ela nos aproxima da nossa própria mortalidade, lembrando-nos que tudo o que temos é o agora.”

– C.S. Lewis, A Anatomia de uma Dor

 

Setembro 08, 2024

Foureaux


OIP.jfif

Absoluta falta de imaginação, minha. Indescritível preguiça. ceticismo em alto grau de concentração. Li a mensagem abaixo, recebida do querido @Joel Cardoso. Li. Gostei. Compartilho.

Ô dia bobo, domingo, credo!!!

«Os escritores gostam de gatos porque são criaturas calmas, adoráveis e sábias e os gatos gostam de escritores pelas mesmas razões». Robertson Davies.

Escritores e gatos:

  • Jorge Luis Borges * Beppo

«O meu gato faz o que quer, como eu».

  • Charles Bukowski * Manx

«Quanto mais gatos você tiver, mais você viverá».

  • Alexandre Dumas * Mysouff

«Os gatos mostram a melhor forma de viver: em liberdade».

  • Charles Dickens * Williamina

«Devíamos ser como os gatos: arranhar quando se obriga a obedecer».

  • Edgar Allan Poe * Catarina

«Quem me dera poder escrever de forma tão misteriosa quanto um gato».

  • Ernest Hemingway * Bola de Neve

«A maneira de se dar bem com um gato é tratá-lo como o ser superior que ele sabe que é».

  • Julio Cortázar * T.W. Adorno

«Querer as pessoas como se ama um gato, com seu caráter e sua independência, sem tentar domá-las, sem tentar mudá-lo... »

Hermann Hesse * Löwe

«Sou mais humano quando carrego um gato».

  • Aldous Huxley * Sam

«Se você quer entender um humano, rodeie-se de gatos».

  • Jean-Paul Sartre * Néant

«Para um gato não é condenação ser livre, mas o homem é responsável pela sua liberdade».

  • Patricia Highsmith * Charlotte

«Gosto de gatos porque são silenciosos, elegantes e livres».

  • Doris Lessing * Grey

«Um gato é um verdadeiro luxo... Vês-o caminhar pelo teu quarto e no seu andar solitário descobres um leopardo, até uma pantera».

  • Colette * Saha

«Os gatos são animais sagrados e, por isso, herméticos».

  • Úrsula K. Le Guin * Pard

«Gatos, como os humanos, precisam estar em boas mãos».

  • Emily Brontë * Tigre

«Os gatos são um conforto».

  • Truman Capote * Orangey

«O gato e eu somos um par de seres que não pertencem a si mesmos, porque eu sou como este gato, não pertenço a ninguém. »

Há um número infinito de miados entre letras.

 

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