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As delícias do ócio criativo

As delícias do ócio criativo

Agosto 22, 2024

Foureaux

OIP.jfif

Em tempos de falta de criatividade, este texto me parece um pequeno oásis. Pode ser que já fosse conhecido. Eu não o conhecia. Recebi-o e não sei quem o escreveu por primeiro. Como dizemos franceses: profitez!

20 DICAS PARA ESCREVER BEM:

  1. Evite repetir a mesma palavra, porque essa palavra vai se tornar uma palavra repetitiva e, assim, a repetição da palavra fará com que a palavra repetida diminua o valor do texto em que a palavra se encontre repetida!
  2. Fuja ao máx. da utiliz. de abrev., pq elas tb empobrecem qquer. txt ou mensag. que vc. escrev.
  3. Remember: Estrangeirismos never! Eles estão out! Já a palavra da língua portuguesa é very nice! Ok?
  4. Você nunca deve estar usando o gerúndio! Porque, assim, vai estar deixando o texto desagradável para quem vai estar lendo o que você vai estar escrevendo. Por isso, deve estar prestando atenção, pois, caso contrário, quem vai estar recebendo a mensagem vai estar comentando que esse seu jeito de estar redigindo vai estar irritando todas as pessoas que vão estar lendo!
  5. Não apele pra gíria, mano, ainda que pareça tipo assim, legal, da hora, sacou? Então joia. Valeu!
  6. Abstraia-se, peremptoriamente, de grafar terminologias vernaculares classicizantes, pinçadas em alfarrábios de priscas eras e eivadas de preciosismos anacrônicos e esdrúxulos, inconciliáveis com o escopo colimado por qualquer escriba ou amanuense.
  7. Jamais abuse de citações. Como alguém já disse: “Quem anda pela cabeça dos outros é piolho”. E “Todo aquele que cita os outros não tem ideias próprias”!
  8. Lembre-se: o uso de parêntese (ainda que pareça ser necessário) prejudica a compreensão do texto (acaba truncando seu sentido) e (quase sempre) alonga desnecessariamente a frase.
  9. Frases lacônicas, com apenas uma palavra? NUNCA!
  10. Não use redundâncias, ou pleonasmos ou tautologias na redação. Isso significa que sua redação não precisa dizer a mesmíssima coisa de formas diferentes, ou seja, não deve repetir o mesmo argumento mais de uma vez. Isso que quer dizer, em outras palavras, que não se deve repetir a ideia que já foi transmitida anteriormente por palavras iguais, semelhantes ou equivalentes.
  11. A hortografia meresse muinta atensão! Preciza ser corrijida ezatamente para não firir a lingúa portuguêza!
  12. Não abuse das exclamações! Nunca!!! Jamais!!! Seu texto ficará intragável!!! Não se esqueça!!!
  13. Evitar-se-á sempre a mesóclise. Daqui para frente, pôr-se-á cada dia mais na memória: “Mesóclise: evitá-la-ei”! Exclui-la-ei! Abominá-la-ei!”
  14. Muita atenção para evitar a repetição de terminação que dê a sensação de poetização! Rima na prosa não se entrosa: é coisa desastrosa, além de horrorosa!
  15. Fuja de todas e quaisquer generalizações. Na totalidade dos casos, todas as pessoas que generalizam, sem absolutamente qualquer exceção, criam situações de confusão total e geral.
  16. A voz passiva deve ser evitada, para que a frase não seja passada de maneira não destacada junto ao público para o qual ela vai ser transmitida.
  17. Seja específico: deixe o assunto mais ou menos definido, quase sem dúvida e até onde for possível, com umas poucas oscilações de posicionamento.
  18. Como já repeti um milhão de vezes: evite o exagero. Ele prejudica a compreensão de todo o mundo!
  19. Por fim, Lembre-se sempre: nunca deixe frases incompletas. Elas sempre dão margem a...

Agosto 17, 2024

Foureaux

OIP.jfif

A internete é um universo interessante, para dizer o mínimo. Aprende-se com a mesma velocidade que se emburrece. Coisas instigantes e chatices monumentais se encontram sempre à “disposição do freguês”. Ontem, recebi um link que disponibilizava a síntese da história de uma mulher interessantíssima. Gostei tanto que compartilho aqui o texto que recebi. Não consegui identicar a fonte. Tomara que seja do agrado de quem chegar a ler esta postagem...

HIPATIA DE ALEJANDRIA

“O último cientista que trabalhou em Alexandria foi uma matemática, astrônoma, física e chefe da escola neoplatônica de filosofia: um extraordinário conjunto de conquistas para qualquer indivíduo de qualquer época. Chamava-se Hipatia. Nasceu em 370 em Alexandria. Hipatia, numa época em que as mulheres dispunham de poucas opções e eram tratadas como objetos de propriedade, moveu-se livremente e sem afetação pelos domínios tradicionalmente masculinos. Todas as histórias dizem que ela era uma grande beleza. Teve muitos pretendentes, mas rejeitou todos os pedidos de casamento. A Alexandria da época de Hipatia — sob domínio romano desde há muito tempo — era uma cidade que sofria graves tensões. A escravatura tinha esgotado a vitalidade da civilização clássica. A crescente Igreja Cristã estava consolidando seu poder e tentando remover a influência e a cultura pagãs. Hipatia estava sobre o epicentro dessas poderosas forças sociais. Cirilo, o arcebispo de Alexandria, desprezava-a pela estreita amizade que ela mantinha com o governador romano e porque era um símbolo de cultura e ciência que a Igreja primitiva identificava em grande parte com o paganismo. Apesar do grave risco pessoal que isso implicava, continuou a ensinar e a publicar até que, em 415, quando ia trabalhar, caiu nas mãos de uma turfa fanática de paroquianos de Cirilo. Arrancaram-na da carruagem, partiram-lhe os vestidos e, armados com conchas do mar, esfolaram-na arrancando-lhe a carne dos ossos. Seus restos mortais foram queimados, suas obras destruídas, seu nome esquecido. Cirilo foi proclamado santo e em 1882, Doutor da Igreja.

A glória da Biblioteca de Alexandria é uma memória distante. Seus últimos restos mortais foram destruídos pouco depois da morte de Hipatia. Era como se toda a civilização tivesse sofrido uma operação cerebral infligida pelas próprias mãos, de modo que a maioria das suas memórias, descobertas, ideias e paixões ficaram irrevogavelmente extintas. A perda foi incalculável. Em alguns casos, só conhecemos os atormentadores títulos das obras que foram destruídas. Na maioria dos casos, não conhecemos nem títulos nem autores. ”

O historiador grego da igreja cristã, Sócrates de Constantinopla ou o Escolástico, escreveu sobre ela e o seu assassinato no livro “A História Eclesiástica”, escrito 25 ou mais anos após a sua morte. Louve Hipatia por suas conquistas e dignidade. E apesar de ser cristão, critica o papel desempenhado pela Igreja no seu assassinato e critica o bispo Cirilo pela sua cumplicidade.

📷 Rachel Weisz como Hipatia para o filme Agora (2010). No Brasil, o filme foi lançado como "Alexandria".

Agosto 13, 2024

Foureaux

baixados.jfif


Há coisas espantosamente inúteis. Dentre essas, algumas, de tão inúteis beiram o engraçado, o divertido. É bem o caso aqui. Na onda de falta de assunto, reparto a baboseira que recebi e, confesso, cheguei a sorrir... quase como La Gioconda!

 

Sou muito feio

Sendo assim, não tente me convencer de que

Sou uma ressoa muito linda

Porque no final do dia

Me odeio de todas as formas

E não vou mentir para mim mesmo ao dizer que

Existe beleza dentro de mim que importa

Sendo assim, tenha certeza de que me lembrarei de que

Sou uma pessoa inútil e terrível

E nada do que você me diga me fará acreditar que

Eu ainda mereço amor

Porque não importa o que aconteça,

Não sou suficientemente bom para ser amado

E não estou em posição de acreditar que

Existe beleza dentro de mim

Porque cada vez que me olho no espelho, penso:

Sou tão feio como as pessoas dizem que sou?

(Agora leia de baixo para cima)

Por Abdullah Shoaib

                                                                                                                   

 

Agosto 11, 2024

Foureaux

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Os jogos olímpicos de Paris terminaram agorinha. Começam agora os jogos paraolímpicos. Ou paralímpicos como foi inventando por alguém, em algum lugar e momento, por algum momento que, de verdade, não me interessa saber. Interessa que os jogos existam e continuem a acontecer. Com a enxurrada de equívoco que marcaram os olímpicos, imagino o que há de ser os paraolímpicos. Para além disso, o que foi a aparição de Tom Cruise? Para quê? Como assim? Estou ficando velho, gagá ou mais chato do que sempre fui. Não entendi. Não vi propósito. Los Angeles vai sediar os jogos pela terceira vez, da mesma forma que o fez Paris. O encerramento dos jogos de/em Paris foi menos equivocado que a abertura, menos pretensiosa, mais correta e adequada ao espírito olímpico – em homenagem ao inventor dos jogos modernos, Barão de Coubertain. A julgar pela aparição do “astro”, os jogos em terras do tio sam, pela terceira podem tentar repetir a mesma agenda imposta em Paris. Isso vai ofuscar o que pode ser um espetáculo colossal, bonito, contundente como o de Atenas, em 2204, para ficar com um exemplo apenas. E o encerramento dos jogos de Mocou em 1980, com o ursinho Misha chorando na arquibancada e dando adeus enquanto era alçado aos céus por balões coloridos. Claro que havia uma agenda lá também, mas a contundência e a manutenção do “espírito olímpico” não foram substituídas por certa “agenda” que empobrece, nivela por baixo e vulgariza – no mais baixo e vazio sentido do termo – o já referido espírito. Confesso que já não me emociono com essas cerimônias, com exceções merecidas. Os momentos de vitória também já me foram mais tocantes. O encerramento tem se repetido em fórmula que tenta sustentar o mito da juventude eterna transformando a cerimônia numa pista de boate. Tudo muito chato, igual, sem graça. Ainda bem que assisti pelo canal olympics.com. Os comentaristas falavam Inglês, com sotaque britânico carregadíssimo, o que me fez escapar das batatadas que os locais devem (e com certeza o fizeram) cometeram em nome sabe Deus de quê, para além de sua própria mediocridade. E salve a chatice!

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Agosto 02, 2024

Foureaux


Acabo de ver um vídeo em que, SUPOSTAMENTE, um jovem de 21 anos, declara que não vai trabalhar porque nasceu sem o “seu” próprio consentimento. Completa dizendo que seus pais o obrigaram a nascer, então, agora, têm a obrigação de sustentá-lo. O advérbio, logo de cara, se sustenta – não estou a escrever uma tese, mas preciso desta sustentação.  Na verdade, não posso atestar a veracidade do vídeo, nem mesmo a real existência do rapaz que disse uma imbecilidade desse... “quilate”. Sim, é uma imbecilidade... e “daquelas” (estas aspas não vou justificar.). Voltando ao advérbio, por conta dos avanços tecnológicos que podem simular voz e imagem e colocar a “criação” em qualquer local do planeta – quem sabe, até, fora dele... – Não existe a menor possibilidade de atestar, sem sombra de dúvida, a autenticidade do vídeo que vi. No enanto, a possibilidade de ele ser realmente verdadeiro existe. O fato de haver tal discurso, defendido pelo rapaz de vinte e um anos, existe. A imbecilidade existe. Assim não fosse, não teria lido por aí (https://www.nexojornal.com.br/extra/2024/07/20/nome-cientifico-racista-mudanca-botanica) que “cientistas” resolveram trocar certos termos de identificação de espécies por serem “racistas”. Será que só eu percebo o absurdo de tal decisão? Ou perdi completamente o juízo, o senso? Para completar o “quadro da dor”, um homem entrou numa disputa olímpica contra uma mulher que pediu para terminar o combate por absoluta discordância com o que estava acontecendo: ela foi golpeada por um HOMEM. E nada acontece. A reação foi de uma normalidade insana, como se homem bater em mulher fosse a coisa mais natural do mundo. Bem... em priscar eras, dizem, foi, mas hoje em dia? Com a “civilização”? Coisas assim só fazem com que eu acredite que, com o passar dos anos, vou ficando mais chato porque atenho-me, sempre e mais, ao que é culturalmente consagrado, o que é verdade e o que faz parte de minha formação como indivíduo. Estou errado?

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